Cyberbullying, sexting, aliciamento e uso excessivo da internet foram os principais crimes cibernéticos apontados pelo juiz de direito da Comarca de Lajeado, Luiz Antônio de Abreu Johnson, em evento na terça-feira à noite. Ele palestrou para pais, professores e alunos a pedido da Secretaria de Educação e Cultura.
O encontro foi realizado no Auditório Itália do Centro Administrativo Municipal. A programação dá continuidade programa Mundo Digital – Dialogando sobre o Uso Ético, Seguro e Responsável, implantado pelo Ministério Público Federal no início do ano letivo com todas as redes de ensino do município.
Johnson também abordou os aspectos positivos do uso da internet e das redes sociais, além da legislação da criança e do adolescente, principalmente, no que diz respeito a crimes contra a dignidade.
“É importante a gente dialogar sobre isso. Isso tem que ser cada vez mais estimulado, pois o nosso mundo está quase todo dentro das mídias e temos que usá-las de uma forma adequada que nos traga ensinamentos, lazer e diversão”, enfatiza o juiz.
Segundo ele, aplicativos como SimSimi estão gerando polêmica. A criança e o adolescente baixam no celular ou computador. O aplicativo propicia acesso com outras pessoas. Ele começa como uma brincadeira infantil e, em certa altura, usuários se utilizam desse meio para fazer ameaças e uma série de atitudes que são crimes, gerando problemas psicológicos nos menores de idade.
A palestra também contou com a presença da coordenadora da 3ª Coordenadoria Regional de Educação, Greicy Weschenfelder, e do vice-prefeito de Encantado, Enoir Cardoso. De acordo com a secretária de Educação e Cultura, Neide Maria Graciola, a palestra amplia e aprofunda o tema que preocupa as autoridades judiciais de todas as comarcas pela quantidade de casos de crimes envolvendo crianças e jovens no meio digital.
Diálogo constante
“Acho ótimo ter essa palestra, pois quando nós falamos para os nossos filhos não tem a mesma importância. A gente sempre conversa, mas a preocupação é constante”, diz a dona de casa Rosangela Franco Cristoff. Ela e a filha Letícia, de 12 anos, aluna do 7º ano do Farrapos, participaram do evento.
Conforme Letícia, na maior parte do tempo que usa a internet, é para as redes sociais, principalmente WhatsApp e Instagram, um pouco menos para o Facebook, e também para ouvir música. Outra utilidade da rede mundial de computadores para a estudante é para pesquisas e trabalhos escolares.
A professora de Matemática e Ciências das escolas estaduais Érico Veríssimo, Jardim do Trabalhador e Doutor Ricardo, Siara Pedersini Brandão, salienta ser importante a palestra. “É pertinente, pois os jovens não têm noção e não pensam no que publicam nas redes sociais. Muitas vezes a falta de diálogo na família sobre o assunto e o desconhecimento dos pais intensifica as situações”, comenta.
Segundo ela, nas escolas onde atua há trabalhos diversos sobre os usos da internet. “No ano passado foi feito um trabalho com os 7ºs anos sobre o tempo que eles ficam na internet. A média foi de seis a oito horas por dia. Isso é muito preocupante”, alerta.
Gisele Feraboli: gisele@jornalahora.inf.br