Cinco meses após a reabertura do Aeródromo do Vale do Taquari, o governo municipal prevê novas obras de infraestrutura no local aberto ao público após liberação da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Asfaltamento e ampliação da pista são as principais melhorias previstas pela Secretaria do Planejamento e Desenvolvimento Econômica (Seplade). Ao mesmo tempo, o Executivo tenta evitar problemas ambientais.
Desde a reinauguração, o Ministério Público (MP) apura supostos danos ambientais causados pelas reformas feitas por empresas particulares, por meio de uma Parceria Público-Privada. O procedimento preparatório conduzido pela promotora de Justiça, Andrea Almeida Barros, avalia denúncias.
Entre os supostos problemas apresentados ao MP, a instalação da cerca exigida pela Anac para liberação da pista. Como a estrutura limita a passagem de animais silvestres, ecologistas temem possíveis desequilíbrios ambientais naquela parte da cidade.
O MP ainda não abriu inquérito para investigar as denúncias, mas tampouco arquivou o procedimento de averiguação. A reportagem solicitou mais detalhes sobre o teor das possíveis irregularidades. Até o fechamento desta edição, não houve resposta por parte do órgão público ou da promotora responsável pelo caso.
“Estamos tranquilos”
Guilherme Engster, da Seplade, um dos principais responsáveis pela reabertura do espaço em novembro de 2017, após mais de uma década interditado, afirma que o governo municipal está ciente e “tranquilo” em relação aos possíveis problemas ambientais denunciados ao MP. “Já explicamos tudo para a promotora responsável”, resume o agente público.
De acordo com Engster, as questões encaminhadas pelo MP foram respondidas ainda em novembro do ano passado. “De fato havia essa polêmica referente à instalação de cerca no local, pois capivaras ou outros animais que vão para o rio estariam com dificuldade de locomoção. Mas mostramos que a cerca é justamente uma das principais adequações da Anac.”
O servidor também garante que, desde as conversas mantidas com o MP no ano passado, não houve qualquer diligência ou novo contato com a promotoria a respeito do tema.
No Diário Oficial da entidade, consta apenas que as denúncias seriam decorrentes dos serviços “drenagem, terraplanagem, cercamento e concretagem do aeroporto de Estrela.”
Novos investimentos
Sobre o futuro do aeródromo, Engster anuncia processo licitatório para o mês de maio, com objetivo de conceder – por dez anos, renovável por mais dez – espaço para a construção de quatro novos hangares. “Os quatro que já existem possuem contrato até o fim de 2020, e não podem ser licitados neste momento. Por isso houve atraso na licitação prevista para o início do ano”, explica ele.
Além disso, informa ele, o local também deve receber asfaltamento da pista em breve, além de ampliação de até 230 metros no comprimento. “Esse projeto já se encontra sob análise da Anac. Queremos ampliar em 230 metros, e deixar mais 200 de escape. A pista oficial ficaria em 800 metros”, finaliza.
Rodrigo Martini: rodrigomartini@jornalahora.inf.br