É justo cobrar mais?

Opinião

Rodrigo Martini

Rodrigo Martini

Jornalista

Coluna aborda os bastidores da política regional e discussão de temas polêmicos

É justo cobrar mais?

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(SEM LEGENDA)


O prefeito de Lajeado decretou novo aumento no preço da passagem de ônibus urbano. A tarifa do serviço de transporte público passa a custar exagerados R$ 3,90 para cada passageiro que, além do alto custo, sofre com a falta de horários e a má qualidade dos veículos. É o segundo reajuste nesta gestão. E a prometida licitação pública para regularização do serviço, tal como no governo passado, vai virando lenda.
Falta de ar-condicionado nos veículos, aperto, desconforto e viagens demoradas. Tudo isso a um custo altíssimo para os padrões gaúchos, só para ficarmos na nossa terrinha. Não bastasse tudo isso, o poder público ainda disponibiliza abrigos de ônibus indignos para a sociedade de Lajeado. Fatos que se arrastam desde sempre.
Sem me alongar muito sobre as paradas de ônibus, vou citar apenas um exemplo. O abrigo localizado na esquina da av. Benjamin Constant com a rua Francisco Oscar Karnal, bem no centro, é um desaforo. Além de insuficiente – sempre há dezenas de pessoas escoradas em paredes ou portões –, passageiros ainda disputam espaço com lixeiras.
É isso mesmo. Usuários do serviço de transporte público urbano e boa parte do lixo doméstico gerado naquela quadra da cidade dividem o mesmo espaço à espera de soluções por parte de quem é pago para resolver tais problemas. A maioria sequer consegue esperar sentada. E olha que tal abrigo ainda é referência de “qualidade”, se comparado com dispositivos em bairros mais distantes do centro…
Há cerca quatro anos, a gestão anterior iniciou um custoso estudo para balizar um processo licitatório. Foram gastos mais de R$ 100 mil com essa consultoria que, passados esses mesmos quatro anos, segue dormindo em alguma gaveta burocrática no prédio da administração municipal. Obviamente, esses quatro anos já serviram para desatualizar qualquer estudo. Logo, foi-se nosso dinheiro.
Ou seja. Além de admitirem a inabilidade para resolver as questões complexas que envolvem o transporte urbano público de uma cidade, nossos últimos gestores ainda acham trivial gastar milhares de reais com consultorias que, no fim das contas, dão em nada.
Dentro desse embaraço todo, as empresas. Inseguras diante de um eterno contrato emergencial, pouco investem em melhorias. Inseguras diante da incerteza – ou da falsa iminência – de um processo licitatório, parecem mais preocupadas em se prepararem para a possível perda da concessão do que com a qualidade do trabalho prestado. E nem dá para culpar muito os empresários. Embora devamos.
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O anúncio do aumento – na verdade não houve qualquer anúncio prévio – caiu como uma “bomba” no bolso dos mais necessitados. Afinal, R$ 0,20 de reajuste é muito para muitos. E, sem perceberem qualquer melhoria no serviço utilizado da casa para o trabalho e do trabalho para casa, se sentem ainda mais injustiçados. E estão cobertos de razão.
Algo precisa ser feito com urgência. Nossas ruas estão tomadas de carros – e quebra-molas. Acidentes e atropelamentos se multiplicam em função disso. Já não há espaço para respirar no caótico trânsito lajeadense. E qual o incentivo da nossa administração e das concessionárias para quem opta pelo transporte público, sustentável? Uma tarifa de R$ 3,90.
Chegou a hora de governo e empresários serem mais criativos. Basear a concessão apenas nas receitas arrecadadas com as tarifas pagas pelos usuários, sem criar novas fontes de subsistência, é um sistema arcaico. Seguirá dando prejuízo. Não para o poder público. Não para os grandes empresários, na maioria das vezes. Esse prejuízo acaba alvejando só os passageiros.


“Prisão para todos”

De uma hora para a outra – mais precisamente após a prisão de Lula –, a timeline do Facebook ficou recheada de postagens do tipo: “Venha petista, junte-se a nós contra todos os corruptos”, “Queremos todos presos”, e outras frases do gênero. Tais manifestações vão desaparecer em poucos dias – ou horas. Tal como o apoio maciço a uma policial militar morta semanas após o assassinato da vereadora carioca do Psol. Como é triste ver pessoas adultas se comportarem ainda por meio da autoafirmação!


Sandri em Brasília

O destino de Douglas Sandri (Novo), pré-candidato a deputado estadual, ex-secretário de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Agricultura (Sedetag) de Lajeado e um dos organizadores do movimento Vem pra Rua na cidade, deve ser Brasília. Com grandes chances de conquistar uma vaga na câmara federal, o ex-progressista e hoje suplente de deputado estadual, Marcel Van Hatten, deve convidar o lajeadense para ocupar um dos cargos de assessor parlamentar no Distrito Federal, em 2019.


Tiro curto

– Amanhã, 13, a direção da Escola Estadual Otília Corrêa de Lima, de Lajeado, realiza mais uma promoção do Bufê de Cachorro-Quente. O objetivo é angariar recursos para melhorias;
– Em Teutônia, trocas no secretariado devem ocorrer em breve. Para tentar resgatar prestígio após a prisão do pai, o prefeito opta por critérios técnicos. A primeira a assumir deve ser Lilian Schlabitz, na Secretaria de Administração;
– O prefeito de Taquari, Emanuel Hassen, o “Maneco”, está de férias em Lisboa. Acompanha o ex-governador Tarso Genro;
– Em Estrela, o prefeito planeja o desmembramento da Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Econômico (Seplade), hoje comandada por Paulo Finck. A princípio, o setor será repassado para a Secretaria da Fazenda;
– Também em Estrela, o governo não vem se empenhando para auxiliar a Associação de Canoagem. Com isso, atletas buscam – e ganham – auxílio em Lajeado;
– Em Arroio do Meio, a Rua de Eventos fica fechada para reformas até maio;
– Ontem, contribuinte abriu protocolo na Ouvidoria da Câmara de Lajeado para reclamar de supostas postagens ofensivas por parte de um assessor parlamentar “em horário de expediente da casa”. Quem paga a conta está cobrando respeito.

Boa quinta a todos!

“O único fim dos tribunais é o de manter a sociedade no seu estado atual.”
Leon Tolstói

 

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