Seminário expõe desafios do saneamento básico

Lajeado

Seminário expõe desafios do saneamento básico

Corsan não tem segurança jurídica para investir em Lajeado, diz presidente

Seminário expõe desafios do saneamento básico
Lajeado

A qualificação do serviço de saneamento básico foi tema da 7ª edição do seminário Estratégias de Gestão no Sistema Público de Saneamento – Um Cenário de Oportunidades.

Realizado na câmara de vereadores, o evento reuniu o diretor-presidente da Corsan, Flávio Presser, a chefe de Divisão de Saneamento Ambiental da Fepam, Clarice Glufke, e o coordenador do programa Viva o Taquari – Antas Vivo, Gilberto Alves Soares, sob mediação do diretor de Conteúdo do A Hora, Fernando Weiss.

O prefeito Marcelo Caumo ressaltou a importância de debater o tema na cidade. Segundo ele, o tratamento de esgoto é uma das principais reivindicações da comunidade. De acordo com Caumo, o contrato que concede a exclusividade da Corsan para os serviços de fornecimento de água e saneamento básico data de 2008 e desde então nenhuma proposta concreta foi realizada pela companhia. “Temos que convergir em busca de uma alternativa. Para nós não basta a realização do seminário sem uma proposta objetiva de como avançar”, ressalta.

Conforme Flávio Pressler, o seminário foi criado em parceria com a Famurs justamente para proporcionar essa discussão. “É preciso entender como o setor de saneamento se comporta, quais suas restrições e a soluções mais adequadas para atender as reivindicações da sociedade”, aponta. Segundo ele, em Lajeado existe um enorme atraso em relação a coleta e tratamento de esgoto, por motivos históricos.

09_AHORA

“O serviço no estado estava sob o domínio dos municípios que não tinham condições de investir, aliado a uma população sem interesse em pagar por ele”, alega. Conforme o presidente da estatal, hoje as pessoas já sabem o quanto a falta de saneamento pode afetar os recursos hídricos e a área da saúde.

“A população já tem consciência de que o serviço é necessário e se mostra disposta a pagar, pois não tem como fazer grandes investimentos sem uma fonte de receita”, ressalta. Apesar de a Corsan ter a concessão de todo o território do município, aponta, uma parte dos serviços são prestados ou pela prefeitura, loteadores ou por meio de cooperativas a associações de moradores.

“Isso não pode ser um entrave para a prestação do serviço, mas é preciso um entendimento entre as partes”, reforça. Segundo ele, anos atrás, houve uma tentativa de passar o serviço para o setor privado, mas a companhia entrou com recurso no Tribunal de Contas pedindo verbas indenizatórias.

“Não pode passar o nosso patrimônio para o setor privado sem custos, pois ainda estamos pagando investimentos realizados”, aponta. Segundo ele, nos últimos anos foram investidos R$ 17 milhões em obras no município.

Possibilidade de concessão

De acordo com Pressler, desde 2016, existe uma proposta para a realização de subconcessões no território de Lajeado. “Foi encaminhada, mas nunca obtivemos uma resposta”, aponta. Segundo ele, hoje o município não é obrigado a escolher a Corsan como prestadora de serviço, como era anos atrás.

“Temos que sentar e ver o que a comunidade local pretende. Se o desejo for de passar para o setor privado, estamos de acordo”, diz. O presidente da companhia alega que a Corsan não tem condições de fazer grandes investimentos em Lajeado devido à insegurança jurídica envolvendo o recurso no Tribunal de Contas. A intenção, diz, é avaliar o patrimônio da companhia na cidade e colocar os valores no edital, uma vez que não abre mão de receber pelos investimentos realizados.

Rodrigo Martini: rodrigomartini@jornalahora.inf.br

Acompanhe
nossas
redes sociais