Os desafios para qualificar o serviço público de saneamento básico e a relação dos municípios para aplicar os novos planos do setor. A partir dessas provocações, a Famurs promove hoje a 7a edição do seminário Estratégias de Gestão no Sistema Público de Saneamento – Um Cenário de Oportunidades.
O evento ocorre na Câmara de Vereadores de Lajeado, a partir das 14h. A ideia é gerar questionamentos do público e debates sobre os temas regionais, com a participação de especialistas e demais presentes.
Com entrada gratuita, após a abertura, ocorre o painel “Desafios e oportunidades em saneamento numa plataforma de eficiência, inovação e parcerias para o desenvolvimento em gestão organizacional”.
Participam o diretor-presidente da Corsan, Flávio Presser; a chefe de Divisão de Saneamento Ambiental da Fepam, Clarice Glufke; e o coordenador do programa Viva o Taquari – Antas Vivo, Gilberto Alves Soares. A mediação será feita pelo diretor de Conteúdo e articulista do A Hora, Fernando Weiss.
Estão programadas um total de 11 edições de seminários, com foco na participação de prefeitos, vereadores, demais autoridades e formadores de opinião. Além de Lajeado, foram realizados encontros em Guaíba, Tramandaí, Alegrete, Santa Cruz do Sul, Vacaria e Três Passos.
A iniciativa tem como patrocinadores a Corsan e o governo do Estado, com apoio da União dos Vereadores do RS (Uvergs). O objetivo é abordar a importância econômica e social do conhecimento e aplicação da política pública de saneamento básico, do Plano Municipal de Saneamento Básico, além da mobilização, participação e controle social na gestão do serviço.
Debate contínuo
Para Soares, ter seminários para trazer informações sobre saneamento básico, discutir a relevância do tema e trazer as pessoas para participar do debate é um exemplo do processo democrático e da cidadania. “A máxima, enterrar cano não dá voto, é tão velha quanto a política. Quando essas questões são relegadas a um segundo plano, a sociedade perde.”
A partir do momento em que a temática é posta em voga, acredita Soares, pode-se mudar a cultura da comunidade para iniciar uma pressão sobre os agentes políticos para que se tenha uma nova visão.
Reduzir a poluição
Estudo sobre a bacia hidrográfica Taquari-Antas coloca o Rio Taquari na classe 4 em termos de qualidade da água. O diagnóstico foi apresentado em 2012, com um plano para recuperação dos mananciais para 20 anos.
O ranking do Rio Taquari aconselha o uso do manancial apenas para navegação e paisagismo. O principal poluidor do curso são os efluentes domésticos. Isso significa que o déficit de tratamento do esgoto é o principal agente poluidor do rio. Estima-se que o tratamento do esgoto na região não alcance 5% das residências.
Pelas diretrizes dos planos diretores, e nos maiores centros urbanos do Vale, não é diferente, as casas devem ter fossas, filtros e sumidouros para os resíduos sanitários. Sistema inoperante e de resultados insuficientes, pois todo material orgânico, depois de encher os recipientes, se espalha, contamina o solo e escorre para os rios e arroios.
No restante do estudo, das 32 sub-bacias do Taquari Antas, em 17, foram definidas a qualidade de classe 2, destinada para abastecimento doméstico, proteção das comunidades aquáticas, recreação, irrigação de hortaliças e produção de organismos aquáticos. Para tanto, será necessário reduzir a concentração de fósforo em até 97%, como é o caso dos arroios Sampaio e Boa Vista, a porcentagem de Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) em até 77% e de coliformes, em 90%.
Exemplo para o RS
Coordenador do projeto Viva o Taquari Vivo, Gilberto Soares frisa o aspecto mais representativo do trabalho: a ação voluntária. “Isso foi conquistado ao longo do tempo, tanto que no ano passado tivemos mil participantes.”
Na avaliação dele, a evolução do movimento aumenta o compromisso dos líderes com a preservação dos mananciais hídricos. “O Viva agora faz parte da sociedade. Tanto que mais municípios aderiram à ação.”
Amanhã, 7, ocorre a 12ª edição do Viva o Taquari Vivo. A realização é da Associação Comercial e Industrial de Lajeado (Acil) e da ONG Parceiros Voluntários. A programação inicia às 7h30min e ocorre nas cidades de Lajeado, Arroio do Meio, Estrela, Bom Retiro do Sul, Cruzeiro do Sul e Venâncio Aires.
Filipe Faleiro: filipe@jornalahora.inf.br
