Reforço insuficiente

Editorial

Reforço insuficiente

Frente ao clamor da sociedade gaúcha por mais segurança, o Piratini anuncia a nomeação de mais servidores para a Brigada Militar (BM), além de concurso público à Polícia Civil (PC). O reforço dá fôlego às corporações, mas não resolve o…

Frente ao clamor da sociedade gaúcha por mais segurança, o Piratini anuncia a nomeação de mais servidores para a Brigada Militar (BM), além de concurso público à Polícia Civil (PC). O reforço dá fôlego às corporações, mas não resolve o problema.

Por lei, o total de policiais militares no estado nunca deveria baixar de 36 mil. Hoje, o quadro de agentes em serviço se aproxima de 20 mil. Na PC, a situação é semelhante. O total de agentes hoje é inferior ao que se tinha na década de 1980.

Dar mais garantias à população de que o Estado tem força para combater a criminalidade vai além de reforçar os efetivos, embora isso seja fundamental. Claro que a medida é relevante, tendo em vista o déficit histórico, mas é preciso uma política clara de combate. Seja mais efetividade contra o tráfico de drogas, ao furto e roubo de veículos, aos latrocínios e homicídios, como também um sistema carcerário no qual se possa acreditar no domínio do Estado sobre os detentos.

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O fato é que a estratégia para contabilizar os índices de criminalidade e adotar formas de coibi-la segue defasada. Só há crime se houver o registro. Exemplos positivos, com adoção de sistemas inteligentes de gestão, com mais controle, monitoramento e análise de informações, se perdem na práxis imutável.

A área da segurança pública é hoje a principal preocupação da sociedade. O RS chegou em um momento crítico. Os gaúchos querem ações imediatas, sem procrastinação, discursos prontos ou retóricas de que outros governos quebraram o caixa. O governo precisa agir, as pessoas querem ver polícia na rua, querem redução no número de crimes e mais tranquilidade no dia a dia.

Enquanto isso não ocorre, a defasagem no efetivo da BM – próxima dos 40% – obriga comandantes a adotar estratégias do “cobertor curto”. A partir dos registros, se faz um mapeamento das áreas críticas, onde há mais assaltos, roubos de veículos, por exemplo, e se destina patrulhas para esses pontos. Selecionam o que atender.

Outro agravante. O Estado amplia o gasto com a folha salarial do funcionalismo sem conseguir garantir o pagamento do quadro efetivo. Os problemas são muitos e as soluções parecem distantes.

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