Morador de Lajeado, Rodrigo Eckert, 40, é um apaixonado por veículos off road. Iniciou por meio das trilhas de jipe
e já organizou mais de 80 expedições por todo Brasil e América do Sul.
• Como surgiu a paixão pelo mundo off road?
Surgiu em meados do ano 2000, quando fui convidado por um amigo a fazer uma trilha de jipe em Estrela. A partir daí, logo no primeiro contato com a natureza e os obstáculos com barro, surgiu uma grande paixão. Depois veio a vontade de explorar cada vez mais outros lugares e novas experiências, bem como conhecer outros tipos e modelos de veículos 4×4.
• Como é a relação com o carro?
A relação é muito justa, praticamente sentimos tudo o que o veículo passa para nós. Pois a cada obstáculo, a cada acelerada, a cada curva, percebemos se tudo está em dia ou não, como se fosse uma ferramenta de trabalho. Podemos dizer que o veículo vira um parceiro de todas as horas.
• Já passou por algum perigo?
O único sufoco que já passei foi no Uruguai, quando fui mapear um roteiro. Era uma região bastante úmida e em meio aos cerros. Começou um temporal, já havia cruzado alguns riachos, foi quando me deparei com um rio por cima de uma ponte, parei o veículo e percebi que não havia condições de cruzar. Voltei pelo trecho e os riachos que havia cruzado na ida já tapavam praticamente toda a roda, a correnteza aumentava consideravelmente. Em certo momento, era tanta água que passou por cima do capô e o veículo começou a boiar rio abaixo, algo em torno de 50 metros. Só cruzei porque ficaria ilhado e sem comida, pois era bem no interior.
• Qual o lugar mais encantador que conheceu?
O mais encantador e mágico foi o Deserto de Atacama, subir a Cordilheira dos Andes é muito emocionante. A cada curva, uma paisagem diferente que fica para sempre na memória. A mistura do deserto e a neve é muito legal.
• Como é ficar dias e dias dentro de um carro?
Só participando para entender. Cada veículo recebe um rádio-comunicador e mantemos contato o tempo todo. Como viajamos em grupo e cada participante em seu veículo 4×4, não existe monotonia. Se avistarmos algo interessante pela frente, podemos parar, observar, registrar e curtir. O dia passa rapidamente em grupo.
• As pessoas deveriam viajar mais?
Acredito que sim, é uma forma de conhecer outras culturas e se divertir. Uma viagem fica marcada na memória para toda a vida. Viajar enriquece a alma.
Caetano Pretto: caetano@jornalahora.inf.br