Atentado contra a vida

Editorial

Atentado contra a vida

O ato de atear fogo no Pronto-Atendimento (PA) do Hospital Bruno Born (HBB), em Lajeado, traduz descontrole, desrespeito e um crime. Ainda assim, houve aqueles que tentaram minimizar a ação do homem, como alguém que estava cobrando um direito, devido…

O ato de atear fogo no Pronto-Atendimento (PA) do Hospital Bruno Born (HBB), em Lajeado, traduz descontrole, desrespeito e um crime. Ainda assim, houve aqueles que tentaram minimizar a ação do homem, como alguém que estava cobrando um direito, devido à demora no atendimento do filho.
Não. Nada justifica. Trata-se de uma reação desmedida e injustificada. Apesar de ter colocado dezenas de pessoas em risco, o incendiário conquistou simpatizantes nas redes sociais.
Logo após o crime, comentários surgiram no sentido de criticar o sistema de atendimento no PA e no SUS. Importante, o setor é para urgências e emergências. Ainda assim, o HBB recebe todos os dias pessoas com quadros de dores de cabeça, problemas estomacais. Algo que poderia ser resolvido nos postos de saúde, ou mesmo na UPA.
Sobre a unidade do bairro Moinhos D’Água, cabe destacar que o estabelecimento era para ser de atendimento regional. Mas o modelo de contrato pesou sobre as contas municipais, e prefeitos vizinhos não aderiram. O ônus da manutenção da UPA pesou apenas sobre Lajeado. Logo, o atendimento é exclusivo para moradores da cidade. Ainda assim, o homem e o filho dele passaram pela triagem e foram atendidos.
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O crime no PA do HBB também alerta para outros riscos. Ninguém está acima da lei para fazer ‘justiça’ com as próprias mãos. Defender esse tipo de ato é abrir mão dos direitos conquistados pela população, significa deixar de lado o bem comum para colocar interesses individuais acima. E o pior, prejudicou centenas de pacientes de diferentes cidades.
O HBB interditou o local e não há previsão para reabertura. Funcionários e outras pessoas inalaram fumaça tóxica e precisaram de atendimento. Esse ato ainda pode trazer mais efeitos. É de conhecimento público o interesse do hospital em fechar o setor. Deixar apenas para entrada de ambulâncias, com feridos em acidentes ou outros pacientes com quadros com risco de morte.
Se houve falhas no atendimento, precisam ser apontadas mediante conduta ordeira e adequada. Nada justifica esse ataque a um prédio público.

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