As quatro prisões, ao lado da apreensão de materiais e equipamentos e das conduções coercitivas feitas esta semana na prefeitura de Teutônia, traduzem desvio de ofício e vício de origem.
Enquanto movimentos sociais Brasil afora cobram decência nas repartições públicas e mais zelo com o tratamento do dinheiro do contribuinte, casos como esse, registrado no município com menos de 30 mil habitantes, mostra o quanto políticos e eleitos ainda transformam as prefeituras em balcões de negócios.
Ainda que faltem detalhes acerca das investigações e das razões que levaram a polícia e o Ministério Público a prender os líderes – exceto o prefeito Jonathan Brönstrup – do alto escalão da gestão municipal, não restam dúvidas sobre os desmandos verificados no referido governo.
Corrupção sistêmica foi a classificação adotada pelo promotor Jair Franz, ao falar sobre os malfeitos cometidos desde 2017, primeiro ano de mandato do atual prefeito. As acusações contra os três servidores presos, mais o ex-prefeito Ricardo Brönstrup remetem ao que temos de pior e mais podre na gestão pública: organização criminosa, corrupção, fraude em licitações, lavagem de dinheiro e tráfico de influência.
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As nomenclaturas nos remetem à Brasília. Mas a realidade nos coloca em Teutônia. É a prova mais recente e contumaz de que a corrupção não é restrita aos grandes centros, nem se perpetua apenas em cidades maiores. O sistema político existente ao lado do oportunismo e da desfaçatez de governantes alimentam práticas nefastas, que corroem o dinheiro público e alimentam o descrédito.
As investigações continuam e devem arrolar outros servidores e até poderes, segundo adiantou o promotor de Justiça. A comunidade de Teutônia e regional, impactada com a dimensão e a gravidade dos fatos, aguarda ansiosa por desdobramentos e detalhes sobre as supostas práticas criminosas. Aos presos e acusados, cabe recurso de defesa. Ao governo, mesmo suspeito e abalado, cabe a tarefa de agir e se portar com transparência e dar as devidas explicações sobre tamanhas suspeitas que estão no ar. O cidadão de Teutônia espera e merece respostas.
