Em tempos de crise e de alta no preço da gasolina e do etanol, optar pelo gás natural veicular (GNV) é uma opção para quem busca economizar e cuidar do meio ambiente. A mudança para o combustível pode ser feita em qualquer veículo, mas deve constar no documento e ser realizada por uma oficina reconhecida pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro).
Sem aditivos ou variações, o GNV é o combustível mais puro disponível nas bombas dos postos e também o mais em conta. Ele é encontrado acumulado nas mesmas jazidas de onde se extrai o petróleo. É então encanado e distribuído para os postos, o que dificulta a adulteração.
A questão da economia é o grande chamariz na hora de ter um carro movido a GNV. O custo para a instalação do kit fica em torno de R$ 4 mil. Mas o investimento pode ser pago em pouco tempo, dependendo da quilometragem que o carro fará.
Quem garante é Alexandro Soster, 38, proprietário da Peixe Gás Service e com 20 anos de experiência no assunto. “Em questão de economia, se calcula 50% em relação à gasolina. Pois, além de fazer uma média 30% superior, o valor do GNV é bem mais em conta, em Lajeado, o preço do metro cúbico é de R$ 2,90.”
Conforme Soster, por exigir cuidado minucioso, a instalação demora cerca de dois dias. “Tem que ser feito tudo bem certo, com calma para conferir cada detalhe do processo. Um kit gás bem instalado não apresenta perigo algum.”
A Peixe Gás Service instala cerca de 30 kits por mês. De acordo com Soster, é um mercado que cresce nos últimos anos. “Nos últimos três anos, a procura pelo gás subiu, isso se dá pelo alto preço da gasolina. Cada aumento da gasolina é um fator de aumento do mercado do gás, pois é um combustível muito mais barato.”
Sustentabilidade
Outro fator importante que contribui para o uso do GNV é a sustentabilidade, pois o gás é menos poluente que a gasolina. “Eu acredito que quem pensa na sustentabilidade e no meio ambiente deve sempre optar pelo GNV, pois é um combustível mais barato e menos poluente. Quando você opta por ele, não deixa mais de usá-lo, pois vê todas as vantagens em comparação com outros combustíveis.”
O uso correto do gás natural veicular, se comparado com os combustíveis tradicionais, pode reduzir as emissões de monóxido de carbono em até 76%, de oxido de nitrogênio em até 84% e de hidrocarbonetos pesados em até 88%.
Instalação do kit gás
Antes de fazer a conversação para o gás natural veicular, que custa em torno de R$ 4 mil, é importante checar com cuidado as condições do veículo, verificando se existe algum dano na parte mecânica e elétrica, para evitar problemas futuros. A escolha do conjunto que será instalado também requer atenção.
O mercado oferece kits de gerações 3, 4 e 5. O mais recomendado é o de geração 5. “Ele é todo eletrônico e garante que a performance do carro não seja alterada”, explica Soster.
Com esse conjunto, a perda de potência é de apenas 3%, algo imperceptível. O kit GNV de geração 5 eliminou problemas como ressecamento de mangueiras ou necessidade de troca constante de velas.
Esses kits são compostos de peças como chave comutadora, bicos injetores, válvula de abastecimento, redutor de pressão, tubulação e variador de avanço. O mais importante talvez seja o cilindro. Por isso, antes de fazer a adaptação, é preciso saber que ele ocupa espaço, pode ser instalado no porta-malas ou embaixo do veículo.
Questão legal
O Conselho Nacional de Trânsito (Contran) deixa claro que a conversão para o GNV é permitida por lei. Porém, primeiro, é necessário comparecer ao Departamento Estadual de Trânsito (Detran) ou órgão de trânsito da cidade e solicitar uma autorização de modificação veicular.
Com a licença em mãos, o segundo passo é levar o carro a uma oficina mecânica de confiança para uma inspeção geral e, depois, procurar uma especializada em conversão para GNV. Após a alteração, o automóvel tem de ser levado para uma unidade credenciada pelo Inmetro para inspeção e aprovação.
Tudo certo, é hora de voltar ao Detran ou ao órgão de trânsito da cidade para receber um novo Certificado de Registro do Veículo (CRV).