O mundo ficou chato? Ou o mundo está mudando?

Opinião

O mundo ficou chato? Ou o mundo está mudando?

Lemos, escutamos e olhamos publicações em redes sociais que questionam uma caretice do mundo atual em relação ao humor. Agora as “piadas” precisam ser controladas, são cerceadas de “liberdade” e existe um limite para simplesmente rir.
Bueno, existiu um tempo em que era permitido fumar em ônibus, avião, restaurante, dentro das salas de aula na faculdade. As propagandas de cigarro eram veiculadas em todas as mídias, associadas a esportes e atividades diversas.
Pois bem, os tempos mudaram, hoje existe uma legislação que não permite e restringe o consumo do cigarro há espaços específicos. Porém, a fumaça sempre incomodou, a fumaça sempre atingiu quem não fumava, sempre atrapalhou uma refeição de quem não tinha o hábito de sapecar o pulmão.
As piadas de cunho racista, homofóbico e preconceituoso sempre atingiram as pessoas. Porém as piadas aconteciam e isso não era pesado nas relações de convívio sob a tutela do bom humor e de não ser ofensivo.
Então hoje, sim, o mundo mudou, e vai continuar mudando, com isso, a legislação vai se adaptar.
Se dentro da minha timeline algum “amigo do face” postar algo de cunho racista, homofóbico ou preconceituoso, eu vou comentar e posso retalhar a postagem se essa atingiu alguém.
Não gostou? Tens toda liberdade para desfazer a “amizade” e viver seu antro inútil de piadas pejorativas com outros.
Esses dias vi uma postagem que questionava uma artista de alcance nacional, que supostamente estaria mal vestida para seu peso. A legenda dizia que “mesmo tendo dinheiro o mau gosto a acompanhava”.
Devo lembrar que essa artista pode usar o que quiser, quando ela quiser, onde ela quiser. Assim como, uma pessoa próxima do comediante na ocasião, também poderia estar com uns quilinhos a mais e usar o que bem entender, sem a necessidade de expor a mesma, não é?
Publicou num espaço público e me atingiu, devemos comentar sim, como cidadão devemos questionar o conteúdo e o teor dessa publicação. Se não quer ser questionado, sugiro subir num palanque em praça pública e fazer discurso tal qual os políticos, sem dar abertura para questionamentos.
O mundo não está chato, ele está acordando e se tornando intolerante para quem acha engraçado humilhar outras pessoas.

Jones Fiegenbaum: jones@universo.univates.br

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