O furto de gado nas propriedades rurais do município motivou reunião entre produtores lesados e representantes do Legislativo. Realizado na segunda-feira, 19, o encontro serviu para estabelecer novas frentes para pressionar o governo do Estado a buscar uma solução para o problema.
De acordo com o presidente da câmara, Marcos Adriano Lerner (PDT), 34 pecuaristas participaram da reunião. Segundo ele, o Ministério Público apoia o movimento, que agora tenta trazer para a região a força-tarefa da Polícia Civil especializada no combate ao roubo de gado.
“Fizemos uma ata com a assinatura de todos os 34 produtores para encaminhar à promotoria”, aponta. Segundo o vereador, desde 2016, as autoridades municipais tentam pressionar o governo gaúcho por mais efetivo na BM e PC, mas sem sucesso.
Lembra que o vice-governador, José Paulo Cairoli, visitou o município naquele ano e prometeu uma série de medidas para amenizar o aumento da criminalidade. “Até agora, nada foi concretizado.”
Lerner ressalta que a agricultura e pecuária representam mais de 75% da atividade econômica do município. Nos últimos três anos, aponta, mais de 200 animais foram furtados, um prejuízo que supera os R$ 400 mil.
De acordo com o prefeito José Cenci, nos últimos anos, o município conquistou recursos para a aquisição de armas e viaturas para as forças policiais por meio de emendas parlamentares e da Consulta Popular. Porém não existe qualquer sinal de ampliação do efetivo.
Segundo ele, a administração colocou uma área à disposição do governo para a realização do curso preparatório dos aprovados no concurso da BM. A expectativa é que a presença dos concursados melhore a sensação de segurança na região.
Câmeras ineficientes
Em 2015, uma parceria entre a administração municipal e moradores resultou na instalação 11 câmeras de vigilância em localidades do interior. Para o prefeito, a medida se mostrou ineficiente, pois nenhum envolvido nos crimes foi preso.
“Não adianta pegar uma filmagem com o caminhão carregado de gado roubado quando a placa é clonada”, ressalta. Segundo ele, nos últimos ataques, até vacas usadas para produção de leite foram roubadas.
“O problema é de todo o Estado”, aponta. Conforme Cenci, apesar da vontade de solucioná-lo, as administrações municipais não podem fazer nada além de investir em monitoramento e cercamento eletrônico, uma vez que o policiamento ostensivo e investigativo é de atribuição exclusiva do Estado.
Thiago Maurique: thiagomaurique@jornalahora.inf.br