A proposta do governo federal de tornar 40% do currículo do Ensino Médio em Educação a Distância (EAD) está distante das necessidades da maioria dos alunos, em especial dos matriculados nas escolas públicas.
O papel do professor é fundamental. A presença dele próximo aos alunos é inalienável. Falta maturidade para a maioria dos estudantes atingir as metas sem a necessidade de orientação permanente e diária.
O Ensino Médio brasileiro está muito abaixo da média dos países desenvolvidos e mesmo daquela estipulada pelas autoridades educacionais para proporcionar o mínimo de qualidade aos estudantes. Evasão alta, reprovação acima da média e despreparo dos jovens para o exercício profissional são lacunas a serem preenchidas.
Antes de fórmulas mirabolantes para reestruturar o Ensino Médio, os governos precisam assumir a responsabilidade de dotar as instituições de ensino com a modernização exigida para esta Era da Informação. Não é repassando para o aluno uma falsa autonomia que o país reverterá o cenário de decadência no ensino.
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O que se espera é uma escola pública de qualidade, capaz de mostrar o caminho para o estudante. Isso passa pela valorização do professor, pela atualização curricular, uso correto das tecnologias de informação e pelo engajamento comunitário.
A função do educador é fundamental à sociedade. Hoje são mais do que difusores do conhecimento. Também fazem o papel de psicólogo, dão atenção e carinho. Assumem responsabilidades que ultrapassam as lições em sala de aula.
O momento é de transformação e os desafios para melhorar a educação permeiam diversos segmentos da sociedade. A escola tem um papel fundamental. Só com educação se faz uma sociedade mais crítica, consciente e atuante.
Distanciar os alunos das escolas é deixá-los à própria sorte. Longe do ambiente escolar, a tendência é desperdiçar o tempo na rua. Um risco. Frente à falência em diversos serviços públicos, esperar que ele se dedique ao estudo longe dos colégios é ingenuidade. É preciso incentivar o contrário. São necessárias mais escolas de turno integral. Não no modelo só de sala de aula. Mas com uma educação transformadora, que ensine a pensar, não só decorar fórmulas ou regras gramaticais.
Editorial
Ensino em debate
A proposta do governo federal de tornar 40% do currículo do Ensino Médio em Educação a Distância (EAD) está distante das necessidades da maioria dos alunos, em especial dos matriculados nas escolas públicas. O papel do professor é fundamental. A…