Apaixonada por leitura desde a juventude, a lajeadense Léia Bohrer da Rocha, 64, trabalha em meio a revistas e jornais.
Proprietária de uma banca, acredita que os avanços da tecnologia estão fazendo os jovens perder o gosto pela leitura.
• Como surgiu a ideia de abrir uma banca?
Foi uma alternativa para ter um trabalho que pudesse integrar a família. Queria trabalhar junto de meus filhos e sobrinhos. Meu primeiro emprego, com 17 anos, foi em uma tabacaria, já era um trabalho direcionado a venda de revistas, então, eu já tinha conhecimento. Assim foi mais fácil partir para esse ramo.
• Quanto você lê?
Eu adoro ler, mas o tempo é curto. É até engraçado dizer que trabalho em uma banca, mas não tenho tempo para ler. Faço alguma leituras diárias, como revistas e jornais, mas nada que possa ocupar muito tempo. Eu gosto mais das leituras que dão conhecimento, principalmente sobre saúde e política.
• A banca tem clientela fixa?
Tem sim, ainda se mantém um cliente fiel a esse tipo de leitura. Com a internet, o pessoal se afastou da leitura no papel. A nossa região ainda tem essa cultura de consumir revista e jornal, ao invés de ler pela internet. Em outros estados, é bem menos, mas aqui no sul ainda prevalece esse tipo de leitura.
• As pessoas estão lendo menos?
Acredito que sim. Em função da economia, as pessoas tiveram que reduzir bastante os custos, e a leitura entra nisso. É mais barato ler na internet, e muita gente partiu pra isso.
• O que a tecnologia influencia nesse ramo?
Ela influencia muito. Acredito que a internet reduziu a paixão pela leitura. Quem gosta mesmo de ler ainda procura a banca, pois sabe que é diferente. Quem tem um hábito de leitura, e que se interessa por isso, vem para a banca. Os jovens procuram pouco a leitura.
• Quais são sucessos de venda de uma banca?
O que mais vende são as revistas semanais, como Veja e Caras. Os materiais escolares também saem bastante, principalmente os livros para auxiliar no vestibular. Revistas de cultura, saúde e receitas são muito procuradas. Para os mais idosos, o sucesso de venda são as cruzadas e revistas de jogos, os famosos remédios do cérebro.
Caetano Pretto: caetano@jornalahora.inf.br