Muito sol e pouca chuva

arroio do meio - estiagem no Vale

Muito sol e pouca chuva

Depois de quatro anos colhendo bons resultados, excesso de calor e pouca chuva atinge produção de soja e milho em Arroio do Meio

Muito sol e pouca chuva
Arroio do Meio

No Vale do Taquari, a estiagem que afeta o Sul do Estado, atingiu Arroio do Meio com mais intensidade. O município, destaque na produção de soja e milho, enfrenta um efeito cascata de problemas em função de uma série de desajustes na temporada de chuvas. Diferente de 2017, onde os resultados foram acima do esperado, o novo ano é de preocupação.

“Estamos enfrentando um momento de pouca chuva e de muito calor”, esclarece o agrônomo da Emater André Müller. Segundo ele, a produção de milho enfrenta menos problema, que a maior parte do montante já foi colhida.

Na propriedade rural do produtor Edelfo Lageman, 55, o prejuízo da soja neste ano vai passar dos 50% do que resultado em 2017. Segundo ele, dos 14 hectares, pelo menos dez foram atingidos.

“No ano passado produzi 60 sacos de soja, cada um com 60 kg vendido a R$ 70. Neste ano, se conseguir a metade disso, pelo menos, vou cobrir o investimento”. Afirma que, surpreendemente, nos últimos quatro anos os resultados foram satisfatórios, mas que a estimativa para este ano é de que deixa de receber, no mínimo, R$ 25 mil do que foi planejado.

“Todo ano apostamos na loteria do tempo. Em 2018, pelo jeito, vou conseguir apenas pagar o investimento. Investi o mesmo dinheiro do ano passado, mas vou colher a metade dos resultados”, desabafa.

O mesmo ocorre na propriedade do produtor Donato Fernades, 64. Segundo ele, o prejuízo deste ano vai ser de mais de 20% do que foi estimado. “Se a soja fica sem chuva por uma semana, o sol queima flor. É com que está ocorrendo este ano. Sol muito quente e falta de chuva”, disse.

Esperar pegar valor

Para o secretário de Agricultura Eloir Lohman, a orientação é de que produtores que enfrentam problemas devido a estiagem devem esperar para comercializar soja ou milho. Segundo ele, com isso, a tendência é pegar preço na produção para compensar a queda no resultado.

“Quem tiver fôlego para esperar, vai conseguir vender a produção mais valorizada e não sair tanto no prejuízo”, esclarece.

Cristiano Duarte: cristiano@jornalahora.inf.br

Acompanhe
nossas
redes sociais