O estrelense Conrado Vier, 28, nunca deixou que a deficiência o impedisse de tocar, cantar e emocionar as pessoas. Com três álbuns gravados, já rodou o país e o mundo mostrando seu talento.
• Como a música surgiu na sua vida?
É como se eu fizesse parte dela também. A música sempre trouxe harmonia e melodia no dia a dia. Quando vi meu irmão tocando violão, aos 11 anos, veio um desejo enorme de saber tocar. Aos 12 anos, no primeiro contato com os instrumentos, percebi que ali estava o equilíbrio da minha vida. Desde então, passei para o piano e a gaita de boca como acompanhamento.
Passei viver com a música como forma de sentir e transmitir uma das maiores emoções que já senti. Além de músico, passei a trabalhar como produtor cultural na Univates e na Secretaria de Cultura e Turismo de Estrela.
• Mas para tocar violão você teve que buscar um meio de adaptar-se. De onde veio a ideia?
Sim. Na realidade, foi uma construção em família. Meu pai, meu irmão e eu tentamos inúmeras formas. O último modelo que consegui adaptar foi uma tornozeleira, essas de futebol mesmo, com uma borracha na ponta que segura a palheta.
• Em uma boleia de caminhão, sua música atravessou o país e, com a projeção nacional, você foi à Europa. Como foi essa experiência?
Atravessar o Brasil em companhia da música, sem dúvida, foi uma das experiências mais sensacionais que já passei. Essas viagens são expressões para futuros trabalhos e composições. No Brasil, passei por dez estados tocando na rua, contando com a ajuda de pessoas ligadas ou não à cena artística. Todo dinheiro do meu primeiro álbum se transformou em caminhos traçados no mapa do país.
• E o que essa viagem trouxe para sua carreira?
Quando voltei de viagem, fui entrevistado no Mais Você. Fiz muitas palestras motivacionais no Rio de Janeiro, São Paulo e em Santos. Isso me deu muita força para começar outro álbum solo, e, assim, fui para os Estados Unidos.
A última viagem que fiz foi à Europa, toquei em cinco países, na Alemanha, Holanda, França, Espanha, e Portugal em diversas cidades, com o álbum Grow Up. Atravessando uma fase mais adulta na minha vida.
• E que você diria para aqueles que deixam de realizar seus sonhos por algum tipo de limitação?
A limitação faz parte dos sonhos de todos nós. É a busca e o desafio que permite ser o que somos. Revolucione-se e acredite no seu dia.
Cristiano Duarte: cristiano@jornalahora.inf.br