“Ser voluntária é fazer o trabalho de coração”

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“Ser voluntária é fazer o trabalho de coração”

A professora aposentada Sônia Maria Cé, 66, é voluntária na Liga Feminina de Combate ao Câncer de Encantado faz mais de duas décadas. Há um ano e meio, ela preside a entidade. • Como é para você fazer parte da…

“Ser voluntária é fazer o trabalho de coração”

A professora aposentada Sônia Maria Cé, 66, é voluntária na Liga Feminina de Combate ao Câncer de Encantado faz mais de duas décadas. Há um ano e meio, ela preside a entidade.
• Como é para você fazer parte da Liga?
É muito bom. Me realizo como pessoa humana. Eu acho que o caminho é esse. As pessoas têm que se ajudar mutuamente porque se vamos esperar pelos governantes eles não podem fazer tudo. É muita demanda. Nosso trabalho é intermediar. O dinheiro que a gente ganha, aquela doação, é para repassar aos pacientes. Nós somos essa parte do meio. Com responsabilidade, com transparência.
• O que é ser solidário para você?
É estar com o coração e a mão abertos. Tem pessoas que não abrem, são mais duros. Muitas vezes são pessoas que têm muito. A gente nota trabalhando com voluntariado e procurando ajuda sempre para a Liga. Os que mais têm são os mais duros para abrir a mão. E outros, às vezes os mais humildes, os que doam mais, que vão aos eventos e participam. Tem que ver quantas pessoas nos procuram que não querem aparecer, mas querem doar.
• E ser voluntária?
É essa doação. Tem pessoas que precisam ser ajudadas. Fazer esse trabalho sem visar absolutamente nada em troca, sem visar lucro, fazer o trabalho de coração. O valor do seu trabalho é esse, a gratificação. É gratificante por demais.
• Quando começou essa motivação para ajudar as pessoas?
Desde pequena, tive essa sensibilidade em relação ao outro. Tive sorte de nascer numa família que não era tão abastada, mas tinha o necessário que eu podia pensar em outras pessoas. Já na escola, com os alunos mais carentes, sempre me sensibilizava com as situações. A Liga veio completar.
• O que as pessoas mais precisam quando há casos de câncer na família ou enfrentam essa doença?
Esse apoio. Dizer para elas que isso tem cura, pois elas não podem perder a esperança. A esperança não pode desaparecer.
• O que falta na sociedade atual?
Mais humanidade. As pessoas têm que abrir mais a mão, pensar mais no outro. Não dar para o outro o que não precisa mais. Às vezes, dar para o outro o que tu mais gosta. Esse é o verdadeiro sentido de ser solidário.

Gisele Feraboli: gisele@jornalahora.inf.br

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