O movimento de líderes do Vale do Taquari e da Serra Gaúcha garantiu a inclusão do asfaltamento da Rota do Pão e Vinho no orçamento da União 2018. O projeto prevê a pavimentação de 61 quilômetros. A obra está estimada em R$ 64 milhões.
A proposta faz parte da lista de 17 prioridades incluídas pela bancada gaúcha para liberação de verbas no próximo ano. Segundo o presidente da Associação de Municípios de Turismo da Região dos Vales (Amturvales), Rafael Fontana, a inserção na lista de prioridades representa um grande avanço para o turismo regional.
A situação ainda não garante liberação da verba. “Viabilizar esse projeto é um processo. Vencemos uma etapa. Agora vamos tentar uma nova audiência com o Ministério do Turismo, para pelo menos buscar recursos e iniciar a obra.” Para isso, será necessário manter a articulação e pressão, junto à bancada, com o intuito de tentar garantir a liberação dos recursos.
Os prefeitos aproveitaram a viagem a Brasília para apresentar o projeto ao ministro do Turismo, Marx Beltrão, na quarta-feira.
O encontro foi agendado pelos deputados estadual Edson Brum (PMDB) e federal, Alceu Moreira (PMDB). 
Na avaliação de Fontana, a união com a Serra Gaúcha fortaleceu a proposta. “Os projetos e a tradição turística na Serra são conhecidos pelo ministério. Esse fato garantiu relevância à nossa demanda. Além disso, é vista como um investimento que pode trazer resultados a curto prazo.”
Investimento liga região à Serra
No total, são 61 quilômetros que farão a ligação entre Ilópolis, Doutor Ricardo, Anta Gorda, Encantado, Muçum, Santa Tereza e Monte Belo do Sul.
A proposta é antiga e vai estimular a visitação turística na região alta do Vale e ampliar o tempo de permanência dos turistas no Vale dos Vinhedos.
Além de impulsionar o potencial turístico das duas regiões, a obra representa uma ligação mais rápida entre a região de Cruz Alta e a Serra Gaúcha. O Consórcio Intermunicipal de Saúde do Vale do Taquari (Consisa) fará a captação dos recursos.
A proposta foi apresentada por líderes para a bancada gaúcha no fim de agosto. Os municípios envolvidos reúnem cerca de 166 mil habitantes e um PIB superior a R$6 bilhões. Cerca de 800 veículos circulam na via em média por dia.
De acordo com Fontana, a obra facilitará o escoamento da produção em diversos setores econômicos, estimular o potencial gastronômico e resultará no incremento da arrecadação na região.
Um estudo aponta para visitação de 1,4 milhão de turistas que desfrutam de 418 empreendimentos turísticos, voltados à hospedagem, serviços de alimentação e demais atrativos turísticos.
As duas regiões juntas geram cerca de 2013 empregos por meio do turismo. Com a ligação asfáltica, a expectativa é de gerar dois mil novos empregos.
Das 17 emendas de bancada, duas são impositivas, e obrigam o governo federal a destinar recursos. Entre elas, estão a continuação das obras de duplicação da BR-116 e a construção do Hospital do Câncer do Grupo Conceição. As outras 15 são relacionadas à infraestrutura rodoviária, saúde e educação. Todas dependem de articulação política para serem executadas.
Cássia Paula Colla: cassia@jornalahora.inf.br
