Diagonais: uma terceira via

DA INTERNET PARA O PAPEL

Diagonais: uma terceira via

No livro de estreia, Edilaine Cagliari mostra sua visão de mundo em pequenas reflexões sobre a vida

Diagonais: uma terceira via

Com receio de que seu ponto de vista causasse reações indesejadas, a profissional de Recursos Humanos, Edilaine Cagliari, 40, manteve os escritos guardados em um blog secreto durante muitos anos.
Em março, após a insistência de uma amiga, reuniu os textos em uma coletânea intitulada Diagonais e lançou um ebook na Amazon. Foi um ato despretensioso, mas o público gostou, solicitou a versão em papel, e uma coisa levou a outra. Na próxima semana, a obra passa a ser distribuída pela editora Viseu.

“O que está aqui dentro é um raio X de tudo que eu penso, da minha visão de mundo”, comenta. Desde que o livro está acessível, ela tem recebido diversos comentários de amigos, que se identificam com as situações. “Percebi que os seres humanos são muito parecidos; os medos são praticamente os mesmos.”
O termo diagonal, segundo ela, é uma terceira alternativa aos pensamentos extremos que caracterizam os dias atuais. Assim como nos desenhos, ela espera que Diagonais dê profundidade ao pensamento dos leitores e contribua com debates mais produtivos.

Entre ebook e livros físicos, impressos inicialmente de forma independente, a estreante já vendeu 150 exemplares. “Todo o pavor que eu tinha do que poderiam pensar ficou pequeno perto da gratidão que eu recebo.”
Segundo Edilaine, a publicação é uma forma de se libertar de muitas amarras – desde o medo das reações alheias até a implicância com o próprio nome. Ela é conhecida como Manamundi Tchuguéder. O apelido original, “Mana”, ganhou força quando a autora passou um tempo na China, na década de 1990. “Ninguém conseguia falar Edilaine”. A extensão surgiu depois, quando criou uma conta no Facebook e precisava registrar também um sobrenome.
Edilaine é natural de Sapiranga, passou a infância em Imigrante e também já morou em Caxias do Sul, Dongguan (China),

Porto Alegre e Santa Maria. Hoje, mora em Teutônia e trabalha em Lajeado.
Recentemente, fez um curso de escrita literária e, aos poucos, pretende adquirir um estilo próprio. E para quem não esperava vender mais do que 30 cópias dos textos de um blog, a escritora vai bem. Desde a metade do ano, trabalha na produção do segundo livro. Apesar de ser iniciante, já percebeu que é mais fácil escolher o título no fim da produção.

O que ela pode antecipar é que a próxima obra trata da história de duas mulheres que se conheceram na infância e voltam a ter contato na vida adulta. Uma é mãe de família e luta contra o câncer; a outra, uma jovem com corpo saudável e alma doente.
Edilaine está em tratativas com editoras e a meta é concluir a obra até dezembro, para o lançamento ser realizado na Feira do Livro de Santa Maria, em abril.
Também analisa a possibilidade de fazer o lançamento de Diagonais em um estabelecimento do Vale. O livro tem 98 páginas e ainda é possível adquirir as cópias feitas em gráficas, pela página homônima, no Facebook, por R$ 35.

Gesiele Lordes: gesiele@jornalahora.inf.br

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