Bom humor e viva o pão francês!

Opinião

Raquel Winter

Raquel Winter

Professora e consultora executiva

Bom humor e viva o pão francês!

Por

Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

Há situações em que dificilmente conseguimos manter a elegância. Mesmo que façamos algum esforço, não existe possibilidade de mantermos a graça comendo um crocante pão francês ou, como se diz aqui no sul, comendo um cacetinho. Os farelos multiplicam-se descontroladamente e atiram-se para todos os lados, mostrando sua indisciplina e deixando-nos numa situação constrangedora. Dia desses tive que conter o meu riso durante uma reunião executiva com alguns clientes e onde serviram-nos sanduíches de pão francês. Quentinhos e escandalosamente indiscretos.
Para mim, que sou alta, há outra ocasião em que sempre fico deselegante. Trata-se dos casos em que tento desembarcar de um carro muito baixo. Tente imaginar a situação: estou lá sentada no banco, abro a porta e agora preciso dar aquele impulso para erguer-me e ficar de pé. Parece simples, mas sinto como se eu estivesse atolada na lama. Uma enguia tentando desenrolar-se e erguer-se. Mas nada é tão ruim que não possa piorar.
Diga-me se há algo mais constrangedor do que estar na presença de alguém que palita os dentes, que exibe uma casca de feijão no sorriso ou que está com o zíper da calça aberto? Avisar a pessoa é complicado, não avisar é sacanagem! Conheço algumas pessoas que só de estarem lendo este texto devem estar roxas de constrangimento! O que dizer então daquela situação em que rola uma conversa longa, quase íntima entre velhas amigas. Detalhe: você não faz ideia de quem é!
Mas se elegêssemos um campeão para deselegância eu votaria no sujeito (independente de ser homem ou mulher) que “se acha”. Se acha o melhor, o sabe tudo, o poderoso, o dono da verdade, o bonitão, o espertalhão e por aí vai. “Se achar” é definitivamente o que há de mais letal para a elegância.
Mas como quase tudo nesta vida oportuniza aprendizado gosto mesmo é de pensar que estarmos em situações deselegantes nos permite exercitar algo que é a premissa básica para que mantenha-se a elegância: o bom humor. Sim, porque cá entre nós, nada é mais deselegante do que mau humor. Há quem discorde eu sei, mas, ainda assim, insisto um pouco.
O bom humor nos confere uma certa autoridade, um passe livre para transitar entre as gafes e os costumes desajeitados, uma oportunidade de remediar nossos descompassos. Então tá, neste caso, que espero que todos tenhamos estilo, graça, bom humor e viva o pão francês!

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