A interdição do V13 é um alerta e um estímulo

Opinião

Fernando Weiss

Fernando Weiss

Diretor de Mercado e Estratégia do Grupo A Hora

Coluna aborda política e cotidiano sob um olhar crítico e abrangente

A interdição do V13 é um alerta e um estímulo

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O Viaduto 13, em Vespasiano Corrêa, é o principal e mais visitado ponto turístico do Vale do Taquari. É, simplesmente, maravilhoso. O maior viaduto da América Latina atrai milhares de visitantes todos os anos. Vê-lo interditado provoca incomodação e, em muitos, revolta.
Por outro lado, e sempre tem um, é preciso analisar de forma desapaixonada e racional. Quem conhece o local sabe muito bem o perigo que representa caminhar sobre os trilhos, a uma altura de 143 metros. E não existe qualquer sistema de segurança. Pior, então, quando passa o trem. Um recuo de menos de um metro quadrado aperta os visitantes contra as laterais do viaduto e as locomotivas passam a um triz dos pés.
Quis o destino e a sorte que, ao longo destes anos todos, nenhum acidente fatal tenha acontecido. Mas vale a pergunta: e se acontecer? Sobre quem recairá a culpa? Não esqueçamos o jeito brasileiro de ser e agir. Costumeiramente, as intervenções ou medidas de segurança, seja onde for, apenas são tomadas quando acontece algum acidente de maior dimensão. Insistir nesse modelo suicida é retrógrado.
Por mais que a decisão da ANTT impacte o setor turístico regional e municipal e incomode os apaixonados pelo esporte radical – além de visitação, o viaduto é disputado para prática de rappel, base-jump, trekking e acampamentos – ela serve de alerta e de estímulo.
De alerta, por que, diante do perigo real e constante, não se pode esperar um acidente para tomar providências. De estímulo, por que, ao perceber a reação, especialmente nas redes sociais, de milhares de pessoas demonstrando apreço e carinho ao local turístico, é a oportunidade para agentes públicos e privados estabelecerem um projeto de exploração turística do viaduto.
Do jeito que está, não dá para criticar a decisão da ANTT, sustentada pela falta de segurança e infraestrutura. Em vez de estabelecer uma queda de braços entre instituições, sugere-se do limão uma limonada. Deixar que o local caia no esquecimento e no ostracismo seria um atentado ao turismo regional. Que a interrupção seja de fato um estímulo para que um novo e arrojado projeto se elabore em torno do Viaduto 13, capitaneado pela prefeitura de Vespasiano Corrêa e Amturvales, com apoio e participação de outras instituições regionais e estaduais.


Projeto de orgânicos

Depois de consolidar-se como Cidade das Flores, Santa Clara do Sul quer se tornar referência na produção de alimentos orgânicos. O primeiro passo será dado no dia 26, quando será lançado o projeto. O evento ocorre às 19h30min no Clube Centro de Reservistas, com apresentação de todas as entidades e instituições participantes, além de detalhes sobre a implementação da iniciativa.


Comportas da barragem ficaram abertas e baixaram o nível do Taquari

Comportas da barragem ficaram abertas e baixaram o nível do Taquari

Leito de volta aos anos 70

Por algumas horas, entre segunda-feira e o meio-dia de ontem, o leito do Rio Taquari voltou ao seu nível original antes de 1977. A tradicional prainha de Estrela e as ilhas de pedras no meio do leito, submersas depois da construção da Barragem Eclusa, em Bom Retiro do Sul, reapareceram. Mas já foram embora. Ficaram à vista apenas durante o tempo em que duraram as reformas das comportas da barragem.
O nível do Taquari, em seu leito normal de hoje em Estrela, atinge 13 metros. Com as comportas abertas, baixou para quase a metade. Diante disso, conclui-se, mais uma vez, que, desde a construção da Eclusa, parte do Taquari não passa de uma grande lagoa artificial, formada numa extensão de cerca de 30 quilômetros entre Bom Retiro do Sul e o Porto de Estrela.
Enquanto a barragem esteve aberta, nesses dois dias, ficou impossível a atracagem de embarcações no porto, mesmo as de menor porte. Aliás, permitir maior navegabilidade no Taquari foi uma das justificativas para construção da barragem. A outra foi a capacidade de gerar energia a partir da instalação de uma hidrelétrica.
Pena que, exatos 50 anos depois, a navegação continua pífia e a estrutura da Eclusa segue sem ser aproveitada para geração de energia. Está aí, aliás, uma das grandes reclamações e incomodações dos estrelenses, que perderam seu principal ponto de lazer – a prainha – e não viram a Eclusa justificar sua razão de existir.

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