O bar La Bodeguita recebeu um pedido de recomendação do Ministério Público da cidade devido à perturbação noturna. Há mais de cinco anos na cidade, os proprietários do estabelecimento terão uma audiência com a promotoria no dia 29.
Conforme o promotor Jair João Franz, é preciso isolamento acústico adequado e licença ambiental. “Não pode ter som ao vivo, nem mecânico, apenas ambiente.” Outros pontos do inquérito dizem respeito ao comportamento do público na parte externa da casa.
Segundo Franz, os proprietários devem conter os indivíduos que por ventura estejam alterados, fazendo barulho, mesmo que estejam na rua. “O proprietário é corresponsável porque está explorando o comércio dessa forma e precisa fazer a sua parte.”
Outro fato salientado pelo promotor é a proibição das pessoas saírem com garrafas à rua. O próximo passo do MP é fazer com que os proprietários assinem um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para melhorias no espaço.
Caso não seja atendido, será aberta uma ação civil pública, cuja pena é multa. Para a denúncia encaminhada, não é preciso provas. Basta o testemunho, não sendo necessário registros e perícia.
Proprietária fala em mudanças
A proprietária da La Bodeguita, Sirlei Maria Diedrich, afirma que durante a semana o estabelecimento conta apenas com som ambiente e, nas sextas-feiras, tem som ao vivo.
Sobre o isolamento exigido, afirma já ter feito, inclusive com bloqueio das aberturas da casa. Afirma que algumas vezes há pessoas que se alteram ao sair na rua e acabam por falar muito alto e fazer barulho. “Mas não posso passar uma fita na boca deles, tampouco intervir e dizer o que devem fazer na rua, pois são adultos e responsáveis por seus atos.”
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Sirlei e o sócio Gerson Bauer tomam como prática avisar quem está falando muito alto na rua. “A gente fica chateada, porque é só uma vez por semana e os jovens já não têm lugar para sair na cidade.”
O La Bodeguita é um espaço para descontração após o trabalho e, segundo Sirlei, é aberto para novas propostas, como o evento das mulheres, ocorrido no mês de maio. “Não vejo por que não ter música ao vivo. Essa é a cultura do La Bodeguita. Até o atual prefeito toca às vezes no nosso estabelecimento.”
Afirma, no entanto, que, se forem obrigados a interromper as músicas ao vivo, terão de acatar. Também não descartam mudar o estabelecimento de cidade. “Uma pena, pois muitos já estavam parando de buscar lazer em Lajeado e Estrela.”
Conforme informações do proprietário do Hotel Baviera, que fica em frente ao local, não houve reclamações de hóspedes acerca do barulho. Os apartamentos, entretanto, ficam voltados para oeste, com isolamento acústico e vidro especial (duplo) feito para evitar ruídos da rodovia.
Jovens criticam falta de opção
Um dos frequentadores do La Bodeguita, Lenon Ribeiro afirma que a casa é uma boa pedida para o happy hour com os amigos. Para ele, a cidade é complicada quando se fala em lazer para o jovem. “Vejo pelos dois lados. Alguns passam do limite, daí ocorre a perturbação pública, mas não é justo responsabilizar o estabelecimento.”
Para a comunicadora Iasmin Lindemann Wallauer, faltam opções para cidade. “Infelizmente a população de Teutônia acaba sendo um pouco mais fechada. Vejo que o pessoal que gosta de sair à noite acaba por ir para Lajeado.”
Dono do Taberna Pub, Ronaldo de Borba Duarte afirma que, para abrir o estabelecimento, procurou por um lugar sem moradores próximos. “Se tem alvará para liberação de comércio de bebidas e de som ao vivo, ninguém pode te impedir de trabalhar. Ninguém vai com o intuito de incomodar as pessoas.”
