Comportamento no trânsito  traduz a educação da sociedade

Editorial

Comportamento no trânsito traduz a educação da sociedade

A mortalidade no trânsito coloca o Brasil entre os países mais violentos do mundo. Conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS), acidentes provocaram a morte de quase 47 mil pessoas em 2015, uma média de 23,4 a cada cem mil…

A mortalidade no trânsito coloca o Brasil entre os países mais violentos do mundo. Conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS), acidentes provocaram a morte de quase 47 mil pessoas em 2015, uma média de 23,4 a cada cem mil habitantes. É o quarto com maior número de mortes da América. Na frente, estão países como Belize (24,4), República Dominicana (29,3) e Venezuela (41,5).
Acidentes fatais no país equivalem a 130 mortes por dia. Um cenário vexaminoso, pois, pela análise da OMS, a insegurança no trânsito tem relação com o subdesenvolvimento e com os índices de educação. Conforme a pesquisa, os países emergentes ou em desenvolvimento respondem por 54% da frota mundial. Por outro lado, 90% dos acidentes com morte são nesses territórios.
O comportamento das pessoas ilustra alguns problemas da sociedade. A pressa virou justificativa para o desrespeito. O pedestre atravessa fora da faixa, não usa a passarela, se arrisca em meio aos carros, enquanto o motorista excede a velocidade, faz a conversão sem ligar o pisca e conduz sob efeito de álcool.
Nas últimas duas décadas, algumas medidas importantes foram colocadas em prática para reduzir as mortes decorrentes de acidentes. A Lei Seca, a obrigatoriedade de air-bag frontal nos veículos novos e o incremento da fiscalização.
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No primeiro ano de implantação, em 2008, o número de acidentes com morte diminuiu em 7,4%. Em 2012 e 2013, a Lei Seca tornou-se ainda mais rigorosa, permitindo o uso de outros meios para comprovar o estado de embriaguez ao volante. Também foi estabelecido novo padrão para multas por ultrapassagem em local proibido, infração responsável por 44% das mortes nas estradas do país.
Ainda assim, o Brasil está longe da meta prevista pela ONU para reduzir os acidentes letais.
No país, as multas estão mais caras, mesmo assim, os acidentes fatais continuam acontecendo. As falhas são inúmeras, condutores, pedestres, motociclistas, todos têm sua parcela de responsabilidade. Esses são a ponta mais sensível.
Da mesma forma com que motoristas estão condicionados ao Código de Trânsito, o poder público tem sua parcela de responsabilidade. Deve-se manter a infraestrutura rodoviária em condições de tráfego, prevenir os excessos dos condutores.
Medidas simples, como aumentar a iluminação, alargar as calçadas, deixar as faixas de pedestres mais visíveis, contribuem bastante para tornar o trânsito mais seguro. Estancar essas perdas é responsabilidade de todos. Um trânsito gentil é sinônimo de sociedade educada e evoluída.

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