Identificação de ossadas é alvo de críticas

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Identificação de ossadas é alvo de críticas

Famílias encontram dificuldade em localizar restos mortais no cemitério municipal

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Identificação de ossadas é alvo de críticas
Foto: Divulgação
Lajeado

A polêmica envolvendo a exumação de 126 corpos sepultados no cemitério municipal ganha um novo imbróglio. Familiares afirmam que identificação das ossadas apagou com a chuva e umidade. Com isso, não é possível localizar os restos mortais.

Uma série de reclamações constam na página do Facebook da Prefeitura de Lajeado, na publicação que esclarece informações sobre exumação. Pelo texto, o governo afirma que todas as ossadas foram identificadas com o máximo de informações possíveis. Aquelas sem identificação foram fotografadas, para facilitar a localização.

Porém, familiares reclamam que informações foram escritas com canetinha em uma etiqueta de plástico. A situação aconteceu com a família de Fabiana Silva. Desde quarta-feira, ela buscava informações sobre a localização dos restos mortais do pai. Ela relatou a situação em matéria publicada na edição de sexta-feira do A Hora.

De acordo com Fabiana, os sacos estão jogados em uma cova. Com a umidade e a chuva, as informações apagaram. Segundo ela, o coveiro abriu o local e lá constavam cerca de 64 sacos. Mas não chegaram a localizar a ossada do pai, falecido faz 21 anos.

“Disseram que o saco era o número 71. Não encontramos. Parte deles estavam identificados, pelo menos três estavam apagados. Eles (prefeitura) dizem que foi feito bem organizado e que está identificado. Por favor! São palavras bonitas pra quem não está presenciando a verdade.”

A família tem dúvidas se receberá a ossada correta.  “Como vamos saber se é ele mesmo que está no saco?”, questiona. Neste sábado, a família retorna ao cemitério para verificar, mais uma vez, em outro conjunto de sacos, se localiza a ossada.


Impasse

Mais pessoas reclamam nas redes sociais. Muitas chegaram a procurar a Secretaria de Trabalho, Habitação e Assistência (Sthas) para verificar se os familiares sepultados teriam sido exumados. Graziela Freitas foi verificar se os restos mortais da mãe teriam sido removidos. “Fiquei preocupada. Mas avisaram que a ossada dela será exumada só em 2018.”

O morador de Santa Clara do Sul, Francisco Claudir da Silva, 42, critica a forma como o trabalho foi executado. O pai dele está sepultado no local faz 20 anos. E depois de publicações nas redes sociais descobriu que os restos mortais dele foram retirados do túmulo.

“Fiquei sabendo sobre o que fizeram e passei lá. Me deparei com o túmulo vazio. Ainda não sei onde está a ossada dele. Achei o que fizeram uma falta de respeito.” Ele reclama da forma como as famílias foram notificadas.

“Não moro em Lajeado. Fixar os nomes nos postos de saúde não ajuda. Nem todos leem jornal, podiam ao menos ligar.” Segundo ele, o túmulo estava identificado e bem cuidado. Ele ainda não localizou a ossada.

 

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