Retirada de ossadas de cemitério gera impasse

Lajeado

Retirada de ossadas de cemitério gera impasse

Famílias criticam município e alegam falta de informações sobre as exumações

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Retirada de ossadas de cemitério gera impasse
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A exumação no cemitério municipal do Florestal para translado das ossadas a novas gavetas gera críticas. Famílias reclamam não terem sido notificadas. Gostariam de ter recebido a informação por meio de carta ou contato telefônico. A retirada dos restos mortais ocorreu em abril. A medida foi necessária para construção de 256 gavetas e 44 pequenos ossários.

Nessa quarta-feira à tarde, a moradora do bairro Conservas, Fabiana Silva, 26, visitou o túmulo do pai e encontrou o local destruído. “Eu vou toda semana lá. É um espaço sagrado para mim. Quando cheguei, o túmulo estava aberto, vazio e a lápide estava distante quatro metros.”

A mulher conta que entrou em desespero. O pai estava enterrado faz 21 anos. Segundo Fabiana, o município não pediu autorização da família para remover os restos mortais.

“Fizeram um péssimo serviço lá. Quando cheguei, parecia que tinha passado um furacão. Eu não tinha a mínima ideia de onde estavam os restos mortais do meu pai.” De acordo com ela, eles estavam em um saco junto com outras ossadas.

Conforme Fabiana, na Secretaria de Trabalho, Habitação e Assistência Social (Sthas), a orientação foi manter os restos no local até a conclusão do ossário. A família não quer aguardar a conclusão dos novos espaços e os levará para outro cemitério. O procedimento custará  R$ 1,5 mil.

Afirma que entrará com ação judicial contra o município. “Nosso endereço está atualizado na prefeitura. Deveríamos, no mínimo, receber uma carta de aviso. Isso é uma falta de respeito conosco.”

Falta de cuidado

Um coveiro, que prefere não se identificar, critica a postura de algumas famílias.  Ele afirma que muitos túmulos estavam em total abandono. “Agora as famílias estão aparecendo aqui e tentam se apropriar de um espaço que antes era ignorado.”

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Trabalho começou em abril

A exumação iniciou na segunda quinzena de abril. A medida é necessária para ampliar o número de gavetas. Até ontem à tarde, cinco vagas para sepultamento estavam disponíveis.

Pelo menos 126 corpos foram exumados. Todos os restos mortais foram identificados com o máximo de informações possíveis, inclusive, com fotografias dos túmulos.  Cerca de 20 se encontravam sem qualquer tipo de identificação. Eles foram fotografados e os ossos, catalogados.

A administração municipal investe R$ 341 mil na construção das gavetas, e outros R$ 39 mil no procedimento de exumação. O trabalho tem amparo legal, alega o governo.

Exumação ocorreu em abril. Famílias foram notificadas por meio de edital

Exumação ocorreu em abril. Famílias foram notificadas por meio de edital

Divulgação

Conforme o governo, as famílias foram comunicadas a comparecer na Sthas por meio de edital publicado em jornal de circulação local. Os nomes também foram fixados nas unidades básicas de saúde.

De acordo com o município, algumas foram avisadas por telefone ou pelo endereço que constava nos registros. O Executivo esclarece que os custos relativos à exumação e transferência para os novos espaços do cemitério municipal são de total responsabilidade do poder público.

Conclusão

A exumação foi concluída no fim de abril. A expectativa é de que as obras desse primeiro bloco de gavetas sejam iniciadas nos próximos dias.

Novas exumações estão previstas para 2018, quando outro bloco de gavetas será construído. Não há projeto de quantas vagas serão abertas nessa segunda fase.

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