Herta Klein narra a vaidade feminina  na cultura alemã

Lajeado

Herta Klein narra a vaidade feminina na cultura alemã

Peça trata da mulher conectada e de bem com a vida

Por

Herta Klein narra a vaidade feminina  na cultura alemã
Lajeado
Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

Herta Klein sobe ao palco do Teatro da Univates para mostrar a história de uma mulher de 75 anos, de origem alemã, que valoriza a vida, a vaidade feminina e acompanha a evolução das novas tecnologias.

O espetáculo Simplesmente Herta ocorre hoje, às 20h. Segundo o autor e intérprete da personagem, o ator Carlos Alberto Klein, a Herta surgiu em 2009, depois de um trabalho de pesquisa. Ela dá vida a mulheres com mais de 40 anos, que falam o que pensam e que querem uma vida diferente, além do universo doméstico e materno.

Herta resgata aspectos da imigração alemã. Diversas peças narram diferentes objetivos da vida dela. “Nessa nova fase, a Herta vem com uma nova proposta. Ela é uma nova mulher, ela quer viver.”

Segundo Klein, a personagem mostra que, mesmo a mulher com uma ampla jornada de trabalho, quer se valorizar e cuidar de si.

O espetáculo

A peça tem duração de 80 minutos. Os interessados podem adquirir ingressos on-line pelo Sistema de Ingressos da Univates ou na bilheteria do Teatro Univates. Os bilhetes podem ser adquiridos na hora.

“Herta é uma personagem além dos palcos, ela tem vida própria’”

A dramaturgia alemã e da imigração fundamenta a história de Herta Klein. Com 75 anos, ela mostra o papel da mulher em meio à história e o direito de se autovalorizar. O autor e intérprete da personagem, Carlos Alberto Klein, conta o processo de criação e as influências. O show é produzido pela Curto Arte Companhia de Teatro. O grupo de Dois Irmãos iniciou as atividades em 1992 e atua no RS faz 25 anos.

A Hora – Como surgiu a ideia do espetáculo, de dar vida a uma senhora de origem alemã?

Carlos Klein – O processo de pesquisa busca as mulheres da imigração alemã que, quando chegam no Brasil, passam por muitas dificuldades. Muitas tiveram oito, nove até dez filhos e não se permitiram dedicar um tempo para cuidar de si. A mulher alemã ficou em segundo plano na história. Ela ficava em casa, enquanto os homens são lembrados por construir as colônias. A personagem surgiu para mostrar que existia uma mulher, uma mãe, uma esposa e, ao mesmo tempo, existia a mulher vaidosa que pensava em estar bem com ela mesma.

Você tem raízes alemãs?

Klein – Sim. Minha referência é minha própria mãe. Ela morreu com 78 anos e teve nove filhos. A Curto Arte faz diversos trabalhos nessa temática. Nos textos da Herta, de minha autoria, sempre busco um resgate e uma história vinculada à dramaturgia alemã e da imigração. Trabalhamos muito essa temática. O próprio show Simplesmente Herta fala um pouco sobre a imigração.

Além do RS, esse espetáculo já foi apresentado em outros estados? Em quais cidades gaúchas?

Klein – Vamos fazer uma turnê em Santa Catarina e Paraná. A Herta já fez uma turnê na Alemanha. Esse show novo estreou no Teatro da Feevale no dia 23 de março e está com uma turnê pelo estado. Passou por Bom Princípio, Feliz e Vale Real. Depois de Lajeado, vai para Campo Bom, Sapiranga, Novo Hamburgo, São Leopoldo, Taquara, entre outros.

O aspecto principal apresentado na peça são as novas tecnologias. De que forma o espetáculo quer trabalhar esse conceito?

Klein – A Herta brinca que ela tem 65 anos há dez anos. Então ela tem 75 anos e descobre a internet. Ao mesmo tempo, não deixa de rezar ao Santo Antônio, para achar um marido. Esse conceito da internet é fabuloso. Porque vivemos em um mundo globalizado e as pessoas da melhor idade precisam entender que é uma necessidade saber usar as novas tecnologias. A Herta passa essa mensagem. Ela não está 24 horas conectada. Ela diz o seguinte: ‘Tenho 5 mil amigos, mas meus melhores são aqueles que eu abro a janela e digo bom dia.’

As mulheres de origem alemã, dos locais que visita durante as peças, refletem a Herta e são mulheres que se valorizam, são vaidosas ou são mulheres que ainda ficam à sombra dos maridos?

Klein – Acredito que melhorou muito. Houve um equilíbrio em fazer o homem entender que existe uma mulher dentro de casa. A Herta fala muito sobre isso durante o show. Ela mostra a necessidade desse equilíbrio entre homem e mulher. A mulher evoluiu muito, principalmente depois dos 40 anos. Ela tem aquela ideia de se cuidar, de ir ao salão de beleza e de ficar bem com ela mesma todos os dias, não apenas quando precisa sair ou ir em uma festa, mas para o cotidiano. O homem percebeu também esse desejo da mulher querer estar arrumada e bem com ela mesma. Acho que ela demorou para encontrar esse caminho. A mulher, agora, é uma fonte de inspiração para estimular a vaidade do homem.

Acompanhe
nossas
redes sociais