A Secretaria do Meio Ambiente (Sema) prepara uma série de investimentos junto ao aterro sanitário municipal, localizado na av. Benjamin Constant, no bairro São Bento. A principal mudança é a permuta de uma área de 2,3 hectares para a construção da nova célula para depósito do lixo orgânico. Executivo cederá terreno em Conventos e pagar R$ 400 mil ao proprietário do imóvel.
O negócio deve ser concretizado nos próximos dias. A minuta do contrato de permuta ainda carece do parecer final da Comissão de Avaliação de Imóveis do governo. A aquisição do novo terreno é tratada como “prioridade” pelo prefeito, Marcelo Caumo.
“Ainda não está concretizada, mas muito bem encaminhada. O proprietário receberá um terreno de 360 metros quadrados e os R$ 400 mil, recurso, esse, que deveremos buscar junto ao Conselho Municipal do Meio Ambiente”, explica o gestor.
A nova área fica ao lado do aterro, também no bairro São Bento. Além de adquirir o imóvel, o Executivo terá que desembolsar recursos para a construção de uma nova célula para depositar as mais de 50 toneladas diárias de lixo orgânico geradas em Lajeado – nas segundas-feiras chega a 80. A atual célula, inaugurada em dezembro de 2014, tem mais três anos de vida útil.
Segundo o secretário da Sema, Luis André Benoitt, a sede e a área do atual aterro sanitário também devem passar por reformas. Hoje, o local descumpre uma série de critérios exigidos pela Licença de Operação (LO) emitida pela Fepam. Entre essas, a falta de cobertura do lixo depositado – deixando os dejetos expostos – e a presença constante de cachorros e aves.
Também há problemas nas lagoas da estação de tratamento de efluentes. Nos últimos anos, foram recorrentes os furtos de bombas de sucção. Hoje alguns maquinários apresentam defeitos. “Foi instalada uma bomba nova faz duas semanas. Os dois aeradores estão funcionando. Mas estamos com problemas elétricos. Não comporta tudo”, resume o secretário.
Inaugurada em 23 de setembro de 2002, a área do aterro em São Bento já recebia lixo desde 1998. Naquela época, os resíduos gerados em Marques de Souza, Santa Clara do Sul e Forquetinha também eram depositados naquele local, gerando um montante próximo de 30 toneladas diárias. Hoje a licença permite até 52 toneladas por dia.
Terceira célula do aterro sanitário de Lajeado foi inaugurada em dezembro de 2014 e tem vida útil até 2020
Sequência de problemas
O aterro sanitário passa por problemas crônicos desde 2011, quando a Fepam passou a alertar para o saturamento da célula. Em 24 de novembro daquele ano, a então prefeita, Carmen Regina, iniciou a construção da terceira célula. O projeto previa capacidade para 13 mil metros cúbicos de lixo e vida útil aproximada de dez anos. O investimento previsto era de R$ 2,5 milhões.
Foram quase cinco anos até a conclusão do empreendimento, inaugurado em dezembro de 2014, pelo ex-prefeito, Luís Fernando Schmidt. Em 18 de janeiro de 2016, a Fepam multou o governo por excesso de lixo depositado. Pela LO, emitida em 30 de setembro de 2014 e vigente até 30 de setembro de 2018, o Executivo tinha autorização para depositar até 52 toneladas por dia no local.
Mas, de acordo com algumas planilhas verificadas pela Fepam, em dia 14 de abril de 2015, o aterro recebeu 75,2 toneladas. Já em 3 de novembro de 2015, a célula recebeu em um dia o montante de 63,7 toneladas. A multa aplicada foi de R$ 1,9 mil e a advertência cobrava providências sob pena de nova infração no valor de R$ 3,8 mil.
