Acompanhamento terapêutico

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Acompanhamento terapêutico

No fim da década de 70, a partir da mobilização de profissionais da saúde mental, familiares e pacientes, iniciou no Brasil um movimento chamado Reforma Psiquiátrica. O movimento ocorreu em meio ao contexto de redemocratização e de intensa mobilização político-social…

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No fim da década de 70, a partir da mobilização de profissionais da saúde mental, familiares e pacientes, iniciou no Brasil um movimento chamado Reforma Psiquiátrica. O movimento ocorreu em meio ao contexto de redemocratização e de intensa mobilização político-social que tomava o país.
Dentre as várias mudanças e acontecimentos energizados pelo propósito de pensar e construir outras formas de tratar aqueles que sofriam com doenças mentais, políticas e serviços de saúde foram criados. Começou-se a pensar em outras formas de tratamento, não apenas a internação em hospitais psiquiátricos ou o uso das técnicas existentes.
Os pacientes, que antes viviam entre os muros dos manicômios e asilos, passaram a contar com outros espaços de tratamento – como o Caps – e com a possibilidade de voltar para suas casas. Construída essa demanda, chega ao Brasil, influenciado por uma corrente argentina, o acompanhamento terapêutico (AT), com uma proposta de compor ao processo da Reforma Psiquiátrica e de auxiliar esses pacientes na retomada ou na obtenção de autonomia.
O acompanhante terapêutico, como é chamado o profissional que trabalha com o AT, fez-se muito importante nesse processo. Acompanhando pacientes na organização de uma nova rotina, já que muitos vinham de longas internações, algumas com décadas de duração. Hoje o AT é utilizado como recurso e/ou complemento de tratamento para diversas situações e patologias.
Por se tratar de uma modalidade de atendimento que objetiva a organização e autonomia do paciente, passou a ser indicada para pessoas que por algum motivo estão em condição de isolamento ou com dificuldades para conduzir sua vida, sua rotina e seus projetos. Pessoas em sofrimento psíquico, traumas ou fobias, idosos, crianças e adolescente com dificuldade escolar são exemplos de casos emm que pode haver a indicação de AT.
Ao se deslocar até a casa, até o contexto do paciente, o acompanhante terapêutico realiza seu atendimento em uma clínica a céu aberto, seu consultório acontece na rua, na praça, no shopping, no hospital, no ônibus, variando de acordo com a demanda de cada acompanhado.
Para finalizar, considerar essa forma de atendimento é considerar um respeito e um olhar ampliado para o paciente. O acompanhante terapêutico não busca ocupar nenhum lugar de saber, mas sim colocar-se ao lado do paciente, construindo nesse encontro outras formas de vida e de cuidado.
Fernanda Nicaretta
Psicóloga e mestranda em Psicologia Social e Institucional
CRP 07/24198

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