Empresas pesadas perdem para as leves e inteligentes

Opinião

Adair Weiss

Adair Weiss

Diretor Executivo do Grupo A Hora

Coluna com visão empreendedora, de posicionamento e questionadora sobre as esferas públicas e privadas.

Empresas pesadas perdem para as leves e inteligentes

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Professor faz analogia épica para alertar sobre mudanças
A representação clássica do gigante Golias contra o jovem Davi foi a analogia utilizada pelo professor, Renato Oliveira, da Univates, durante reunião-almoço na Acil, nesta semana, para descrever o momento das organizações.
Ele alertou para os desafios do RS e do Vale do Taquari, ambos dependentes de um modelo econômico primário, baseado na mão de obra tradicional. “A musculatura pesada já não é a principal força”. Organizações leves e inteligentes ganham espaço sobre as demais, na opinião de Oliveira.
Reside nessa estratégia a aposta da Univates em lançar dois cursos de graduação na área do conhecimento: Engenharia Biomédica e Inteligência Empreendedora e Inovação, esse último, inédito no país, por meio de uma parceria com instituições da Finlândia e Espanha. Pretende romper o ciclo do padrão tradicional na hora de conceber negócios na região.
Os dados apresentados pela diretora do Tecnovates, Simone Stülp, corroboram esse pensamento. O parque tecnológico instalado no câmpus da Univates é um embrião em potencial para conectar a iniciativa privada e pública à tecnologia, pesquisa e inovação. Não apenas os números favoráveis dos quase cem pesquisadores e 500 empregos gerados mostram isso, mas a vocação de um “Vale de Alimentos” que precisa evoluir no campo da pesquisa e conhecimento.
A jornada da Alimentação bate à porta. As cooperativas e companhias de alimentos industrializam volume interessante da produção local. Ainda assim, a capacidade tecnológica da cadeia alimentícia no Vale está aquém. Se pretende competir com selo de qualidade em mercados internacionais, precisa mais.
E não falo apenas de alimentos. A quebra de paradigmas culturais deve alcançar a política, o terceiro setor e o desenvolvimento urbanístico.
A propósito, estou esperançoso com a proposta de desenvolvimento estratégico em formatação pelo urbanista Enio Perin, contratado pela governo de Lajeado. Na reunião da Acil, o próprio estava nas primeiras mesas, ao lado do prefeito de Lajeado, sua vice e alguns secretários.
A tríplice hélice – universidade, governo e empresas – invocada por Simone abre fronteiras para o avanço desejado. O momento soa favorável. “O cosmos parece soprar os ventos à convergência” resumiu Perin a este colunista, após a explanação da Univates na Acil.
De fato, Lajeado está diante de uma oportunidade ímpar. Seu protagonismo estratégico tende a refletir na região. Perin já retomou os rascunhos do Projeto Lajeado Século 21 e quer mais. Reuniu ex-secretários do planejamento na mesma mesa, pretende trazer a sociedade ao centro da discussão para provocar o que chama de “convergência”. “Não será o governo quem definirá as coisas, mas o mercado e a população”, adverte.
A intenção é projetar Lajeado no contexto regional. Assumir sua posição de metrópole do Vale e abrir fronteiras aos demais municípios para transformar a região num “Davi” competitivo perante os oligopólios da economia.
Avante! Apenas cuidado com as vaidades e o pseudo crescimento.


Indústria das notícias falsas

Sexta-feira, 7, foi Dia do Jornalista. Imaginemos o Brasil e o mundo sem o jornalismo sério e responsável no atual momento.
“Notícias falsas sempre existiram, mas criou-se a indústria da pós-verdade com as mídias sociais, que utilizam recursos de geolocalização de anúncios e remuneram quem tem mais compartilhamentos”, avaliou Carlos Eduardo Lins, jornalista e ex-ombudsmann, da Folha de São Paulo, ao mencionar empresas criadas para divulgar notícias falsas, com fins econômicos e ideológicos. Exemplo recente do impacto desse desserviço foi a eleição de Trump que envolveu, por exemplo, adolescentes da Macedônia em busca de dinheiro.
Há poucos dias, anúncios no Google profanaram ódio e violência, causaram estragos para grandes marcas e reações. “Pela primeira vez após anos, houve uma interrupção no processo da glamourização das redes sociais, e empresas como Google e Facebook passaram a dar explicação sobre o efeito colateral e não planejado de seus algorítimos”, disse Marcelo Rech, presidente da Associação Nacional de Jornais (ANJ), durante evento que debateu as alternativas de alfabetização midiática e o papel das empresas digitais.
As pessoas consomem e compartilham informações falsas, conscientes ou não, quando lhes convêm. Com sua figura ressentida e intolerante, Trump foi o primeiro a usar o termo pós-verdade. E isso incomodou muita gente e, principalmente, professores em torno do tema. Felizmente.
Ensinar as pessoas a questionar e distinguir notícias verdadeiras de falsas é um dos principais desafios. Isso será fundamental para preservar o jornalismo.
Embora os internautas sejam menos imprudentes e ingênuos, o processo de reversão ainda é lento. Aos poucos, as pessoas começam a checar informações para não “passarem por tolas”. E as marcas adotam cautela para não colocar sua reputação em jogo, se atirando nas redes sociais de qualquer jeito.

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