No ritmo da saúde

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No ritmo da saúde

A arte de bailar promete melhorar diversos âmbitos da vida, da área emocional à saúde. Surge como opção de atividade física e meio de socialização

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No ritmo da saúde
Vale do Taquari

De instrumento religioso à arte, a dança faz parte da história em diversas sociedades. Vista como uma forma de representação cultural, hoje também é uma alternativa para diversos dilemas relacionados à saúde física e mental.

Estudos divulgados no “International Journal of Neuroscience’ apontam que a dança melhora, inclusive, a depressão, sendo uma forte aliada contra o estresse. Ainda promove a coordenação motora e combate o excesso de peso.

Proprietária da Artte Escola de Dança faz 22 anos, a bailarina Taís Maia sempre soube desses benefícios. E percebe que, com os estudos e divulgação na mídia, a percepção dos leigos sobre a dança também se modificou.

As pessoas têm se dado conta desses ganhos, e optado pela dança como uma atividade a longo prazo. Ela afirma que, há cerca de um ano, houve um aumento considerável na busca pela prática como atividade física.

“As pessoas sempre tinham uma ideia de que os cursos tinham um prazo, especialmente nas danças de salão, onde aprenderiam o básico e seria suficiente. Hoje, elas seguem as aulas sem tempo limitado, para manter a atividade.”

Parte disso se deve ao prazer e à falta de rotina da dança. “Muitos não gostam da academia porque é algo repetitivo. Mas na dança é o contrário, sempre tem mais a aprender.”

Policial civil aposentada, Maristela Appelt, 53, compartilha da opinião da professora. Ela encontrou na arte de bailar a solução para seus problemas.

“Eu tenho pavor de exercícios, mas precisava fazer. Como eu tinha uma vontade antiga de dançar, mas sempre tive dificuldades, resolvi apostar.”

Há alguns meses, ela faz danças de salão, o que inclui sertanejo e pagode. Aprende os ritmos aos poucos, e percebe a evolução no corpo e na mente. “Ficamos felizes em saber que estamos progredindo. É um processo longo”, comenta.

A aposta deu tão certo que ela não pensa mais em parar. Já se vê como uma eterna aluna. “Sempre que podia, cancelava as caminhadas. Mas a dança não. É algo muito prazeroso. Não é uma obrigação para mim.”

A esteticista Ingrid Baldo faz aulas de fitdance para melhorar a circulação

A esteticista Ingrid Baldo faz aulas de fitdance para melhorar a circulação

Perdendo calorias

Com o objetivo de atender essa demanda voltada à atividade física, a escola também investe em aulas de dança específicas para o gasto calórico, como o fitdance, ritmos e zumba. Já o fortalecimento muscular pode ser feito por meio do balé, fitness, jazz e dança contemporânea.

“Elas têm mais intensidade. Trabalham várias partes do corpo e acabam eliminando mais calorias do que as demais”, explica a professora.

A esteticista Ingrid Baldo, 27, frequenta as aulas de fitdance uma vez por semana, quando reproduz coreografias de diferentes ritmos.

“Escolhi por conta da parte aeróbica. Trabalho muito em pé ou sentada, e a dança é ótima aliada para a circulação.”

Além do corpo, ela consegue manter a mente em dia.“Melhora a coordenação, concentração e alivia o estresse. Saio de lá leve, renovada.”

Maior procura masculina

Além das mulheres, os homens têm procurado as aulas de dança. Segundo Taís, hoje há vários à espera de um par nas aulas. “Antes tínhamos que chamar os meninos de nossa companhia de dança para ajudar. Hoje, as meninas são bem mais requisitadas nas aulas.”

A falta de aproximação com a dança era o que prendia os homens antigamente. “As mulheres os arrastavam para a dança.” Hoje, para dançar nas festas, eles querem aprender, e acabam gostando da prática, aponta a professora.

Com o preconceito afastado, outros motivos também os levam à escola. É o caso de Ari Vieira, 64. É um dos alunos das aulas de salão faz cerca de um ano.

Já praticava a dança gauchesca, e começou a fazer as aulas em busca de sociabilidade. “Me separei e buscava uma forma de me entrosar com as pessoas.”

Taís aponta que a busca por essa integração tem se tornado comum, inclusive por pessoas tímidas. “É um momento em que podem fazer amigos, ter o contato mais próximo com os outros. Às vezes, ficam tão próximos que combinam de sair para dançar. Enfim, garantem convívio muito saudável.”

Para Vieira, essa energia da troca na dança é o que lhe traz felicidade. A exaustão, para ele, nunca vai chegar. “Sabe aquele ditado: Quem corre por gosto não se cansa? Então, eu me sinto assim. A dança já faz parte do meu estilo de vida.”

Fitdance, zumba e ritmos têm maior intensidade e são indicados para quem quer perder peso

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Atividade democrática

A escola de dança administrada por Taís tem alunos com idade a partir de 1 ano e seis meses. Eles escolhem os ritmos que querem aprender e a intensidade com qual vão dançar.

Mas, para todos, o mais importante é a persistência.

Principalmente para os mais experientes. Taís afirma que os mais jovens têm mais felicidade em aprender. “Por vezes, as pessoas passaram uma vida inteira dançando de um jeito, e agora precisam modificar tudo. Mas o importante é começar.”

Nada que a prática não possa melhorar. “Quanto mais fazer, melhor fica. Precisamos é focar no modo como cada um aprende. Sempre digo, qualquer um pode dançar. Mas, como tudo na vida, é necessário dedicação.”

Taís afirma que é comum os alunos progredirem nos ritmos, iniciando com danças mais populares nas festas, como sertanejo e pagode. Depois rumando para o samba de gafieira, forró, tango e bolero.

• Dá impulsos nervosos que liberam serotonina e endorfina, neurotransmissores que causam prazer

• Queima calorias

• Melhora o aprendizado e retarda o envelhecimento

• Fortalece a musculatura

• Fonte de sociabilidade e diversão

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