Parabéns, voluntários.  E até 2018!

Opinião

Rodrigo Martini

Rodrigo Martini

Jornalista

Coluna aborda os bastidores da política regional e discussão de temas polêmicos

Parabéns, voluntários. E até 2018!

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O Taquari é o nosso principal cartão-postal. Imponente. Desafiador. Cheio de histórias. No sábado pela manhã, centenas de voluntários se uniram para retirar do leito e da margem a ignorância constituída em matéria. Foram toneladas de lixo recolhidas. À esses bravos guardiões do rio, meus parabéns. E um até logo. Pois a sujeira estará de volta em 2018.
É sublime e ao mesmo tempo desanimador. A ação Viva o Taquari Vivo completou 11 anos. E, em cada edição, a esperança de encontrar menos lixo se esvai em poucos minutos. Logo aparecem pneus, televisores, sofás ou sacolas plásticas nas encostas do nosso rio. É um balde de água fria sobre a alma voluntária de cada um que se dispõe a acordar cedo – bem cedo – para fazer o bem.
Mas o desalento não pode vencer. E a história mostra o porquê.
A minha relação com o Taquari, por exemplo, é antiga. Na década de 80, quando eu sequer havia completado a primeira década de vida, lembro de ir com meu pai até a margem lajeadense para acompanhar as emocionantes etapas dos campeonatos de motonáutica. As barrancas ficavam lotadas. Faltava lugar para tanto público. Estavam todos de frente para o rio.
Uma década depois, com a idade um pouco mais avançada – e ainda dentro da minha juventude desvairada – e na companhia dos amigos de fé, lembro que fazíamos do Taquari a extensão das nossas casas. Pontos como o Porto dos Bruder, a escadaria próxima à Associação Atlética Municipal, ou mesmo o paredão de pedras no bairro Carneiros eram os picos da galera.
Não havia tempo – e nem vontade – de ficar nas piscinas dos clubes sociais lajeadenses. O desafio de cruzar o Taquari a nado, descumprindo as ordens do pai e da mãe – crianças não façam igual, por favor – era mais atraente. Refrescar o corpo depois de escalar as rochas do paredão de Carneiros, ou depois de pedalar do centro até as margens do rio eram satisfações de difícil concorrência.
Eu cresci. E mesmo assim me mantive próximo ao Taquari. Recentemente, na companhia do meu irmão, Ricardo, e do talentoso fotógrafo, Caco Konzen, remamos de Muçum até Arroio do Meio em três caiaques. Sem compromisso com nada. Apenas com o Taquari. E foi bom. Doloroso e cansativo. Mas muito bom.
Profissionalmente, também naveguei por grandes distâncias dentro do principal manancial do nosso Vale. Viajei entre Lajeado e Porto Alegre a bordo de uma das poucas embarcações que se arriscam diante do baixo calado. Foram quase 13 horas até chegar ao porto da capital gaúcha. Uma jornada inesquecível em meio à natureza plena.
Diante de tantas experiências positivas junto ao Taquari, é impossível não refletir sobre o que sobrará para o meu filho. Terá, ele, as mesmas possibilidades e prazeres que eu tive? Será que no futuro ainda será possível remar sobre o leito sem medo de uma eventual contaminação? Será que ainda haverá vida no Taquari? Será?
Assim como eu, creio que muitos têm alguma história – ou diversas dessas – com o Rio Taquari. Alguma lembrança. Aventura. Ou até mesmo uma mentira sobre pescarias. O Taquari faz parte da nossa história. Aliás, foi pelas curvas do leito que a história iniciou no Vale.
E é para seguirmos contando histórias sobre o Taquari no futuro que ações como a de sábado precisam se perpetuar. Precisam, acima de tudo, tornar mais conscientes os gestores públicos e – principalmente – aqueles pulhas que insistem em manchar a nossa história.


Havan em Lajeado? Negociação iniciou ontem

O Executivo trabalha para trazer a Lajeado um novo empreendimento. Trata-se das Lojas de Departamentos Havan, uma empresa brasileira do setor varejista, cuja matriz fica em Brusque (SC). A empresa é considerada a maior do setor no país. Tem 93 lojas em 74 cidades de 14 estados.
Ontem, o chefe do Setor de Projetos Especiais do governo, Isidoro Fornari, participou de reunião com o dono da Havan, o empresário Luciano Hang. Entre os assuntos, os números da empresa que, só em 2015, gastou mais de R$ 1,1 bilhão em pagamento de impostos, benefícios, salários e demais contribuições.


Medalha do Mérito Farroupilha

Manuela D’Ávila, deputada estadual do Pc do B, foi certeira. A justificativa para premiar Jean Wyllys com a Medalha do Mérito Farroupilha é o que menos importa para ela. O que ela queria era este amplo espaço para nos relembrar do ódio, intolerância, e da ignorância de parte do povo gaúcho.
Wyllys é um prato cheio para o ódio. Gay, pró-liberação das drogas, do aborto e ativista LGBT, ele representa o estereótipo da esquerda que perturba a direita. Mas eles não admitem o preconceito. Falam em “princípios”. “Família”. E questionam a relevância da distinção, esquecendo outros “irrelevantes”.


Produção de suínos

O governo estadual encaminhou à Assembleia o projeto de lei que trata do apoio à cadeia de suínos. A proposta reduz a base de cálculo de ICMS para 50% nas saídas de suínos vivos, decorrentes de vendas de produtor rural, destinadas aos estados das regiões Sul e Sudeste, exceto o Espírito Santo, para dar competitividade a essas mercadorias mediante redução da carga tributária de 12% para 6%.


Tiro Curto

– O novo presidente da Associação Comercial e Industrial de Lajeado (Acil) deve ser o empresário Cristian Bergesch;
– Em Estrela, uma rede de lancheria especializada em cachorro-quente – histórica em Lajeado – prepara uma fábrica para vender seu principal ingrediente: a maionese;
– Em Marques de Souza, o prefeito Edmilson Amauri Dörr (PTB) enfrenta até “fogo amigo” na câmara. As críticas ao Executivo se tornaram frequentes entre correligionários;
– O Baile de Máscaras, realizado no fim de semana, foi uma bela iniciativa da primeira-dama de Lajeado, Aline Caumo. Que venham outras tantas;
– E o engenheiro de Trânsito concursado que foi prometido por Marcelo Caumo durante a campanha, quando chega?
– São péssimas as condições do acostamento da ERS-129, em Encantado. Péssimas!
– O simpático Comitê de Revitalização do Centro Histórico de Lajeado virou trampolim para político se manter em evidência. Uma pena;
– A Associação Comercial e Industrial de Cruzeiro do Sul (Acics) tem 35 sócios ativos. É a mais nova sócia da Câmara de Indústria e Comércio do Vale do Taquari (CIC-VT);
– Em Santa Clara do Sul, troca-troca nas assessorias jurídicas: Roberta Lazaretti deixa a câmara e assume na prefeitura. E Juliano Baioco trocou o Executivo pelo Legislativo;
– O próximo presidente da Famurs será um prefeito do PP. Em 2018, quem definirá a presidência é o PMDB. Em 2019, a decisão será do PDT. Já em 2020, caberá ao PT escolher o chefe da Federação dos Municípios do Rio Grande do Sul.

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