Mais de 130 ossadas devem ser exumadas

Lajeado

Mais de 130 ossadas devem ser exumadas

Sthas projeta investir R$ 385 mil na construção de 256 gavetas e 44 ossários

Mais de 130 ossadas devem ser exumadas
Lajeado

O governo municipal publicou edital de chamamento para mais de cem famílias que têm parentes enterrados no Cemitério Municipal Travessa da Paz, do bairro Florestal. O documento chama os herdeiros e demais responsáveis a comparecer, no prazo de até 30 dias, à sede da secretaria de Habitação e Assistência Social (Sthas) para tratar sobre “a retirada de sepultura”.

De acordo com o secretário da Sthas, Lorival Silveira, a intenção é construir o bloco II de gavetas no espaço onde hoje estão as mais de 130 sepulturas. Para isso, o governo estima gastar cerca de R$ 385 mil na construção de 256 gavetas e mais 44 pequenos ossários.

As mudanças no cemitério municipal iniciaram na gestão passada, após aprovação de nova lei sobre as regras de funcionamento desses espaços públicos. Desde março de 2016, não houve enterros no local. Todos os mortos – desde aquela data – foram sepultados em 160 gavetas construídas a partir de novembro de 2015. Dessas, ainda restam cerca de 30.

“Com a estrutura atual, teremos espaço em gavetas só até maio. Nossa média é de dez a 11 mortos a cada mês. Vamos exumar esses corpos para garantir mais espaço. Creio que, com as 256, teremos mais dois anos de espaços garantidos”, avalia Silveira.

A intenção da Sthas com o chamamento é encontrar os parentes para verificar um possível novo destino às ossadas. Nos casos em que não houver responsáveis, a intenção é resguardar os restos mortais em saco plástico especial e identificado.

“Esses restos mortais estão sendo colocados em uma vala comum, e cobertos com terra. É um improviso que vem da gestão passada, e que queremos encerrar com a construção dos ossários”, comenta o secretário. No local, de acordo com os últimos levantamentos, estão enterradas mais de três mil pessoas e, após esse novo investimento, serão 413 gavetas.

Governo projeta construir mais 256 gavetas no cemitério do Florestal. Média é de 10 a 11 mortos por mês em Lajeado

Governo projeta construir mais 256 gavetas no cemitério do Florestal. Média é de 10 a 11 mortos por mês em Lajeado

Mudança na legislação

No fim de 2015, a legislação que trata dos cemitérios públicos – vigente desde 1986 – foi atualizada pelo Executivo, com aprovação e emendas do Legislativo. A principal mudança foi a proibição de sepultamentos em solo em dois espaços. Além disso, os arrendamentos passaram a ter prazo até cinco anos, podendo ser renovado por mais três, mediante pagamento.

Após o período, os restos mortais serão removidos ao ossário municipal. Familiares ou responsáveis poderão optar pela remoção a outro local. Além disso, em regra geral, nenhuma exumação poderá ser feita antes de três anos da data de sepultamento, e ficarão isentas de pagamento das taxas as famílias carentes registradas no Cadastro Único.

Péssimas condições

A estrutura do Travessa da Paz está em péssimas condições. Os parentes que visitam os túmulos enfrentam calçadas quebradas – ou a completa falta dessas –, capim alto sobre as sepulturas, proliferação de insetos, lixo e lápides quebradas. Pouca iluminação à noite e insegurança são outros problemas verificados no local.

De acordo com Silveira, a Sthas finaliza o planejamento para melhorias em todo o espaço localizado ao lado da rodoviária. O objetivo é construir outros blocos de gavetas – podendo chegar a até quatro mil espaços verticais – para receber, também, as ossadas enterradas em outro cemitério municipal, localizado entre os bairros Jardim do Cedro e Santo Antônio. A secretaria já tem um projeto arquitetônico para esse investimento.

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