O governo municipal promete melhorias na rampa de embarque e desembarque náutico da cidade, na rua Osvaldo Aranha, no ponto conhecido por Porto dos Bruder. Falta de iluminação, pavimento inadequado, insegurança, desrespeito à legislação e uso irregular do espaço foram algumas queixas apresentadas ontem ao prefeito, durante encontro às margens do Rio Taquari.
A reunião foi programada por um grupo de proprietários e pilotos de lanchas e jet skis de Lajeado, que costumam usar a rampa para acessar o leito do rio. O prefeito Marcelo Caumo, o secretário de Meio Ambiente, Luis Benoitt, e o diretor de Departamento de Trânsito, Carlos Kayser, participaram do encontro.
Um dos principais articuladores do grupo é Douglas Adams, piloto e vendedor de equipamentos náuticos. Segundo ele, há mais de cem jet skis e 500 lanchas em Lajeado. Diz, ainda, que 70% do faturamento da loja é originado nesse ramo, e os outros 30% vêm da venda de motocicletas.
“Tem bastante gente comprando. É um hobby e um esporte que vem crescendo muito. Só em fevereiro, 38 pilotos concluíram o curso de habilitação conosco. E a maioria cobra um local mais adequado para a prática”, afirma.
Sobre o Porto dos Bruder, o empresário cita problemas e sugere melhorias. Dentre as quais, a ampliação do espaço próximo à rampa, para facilitar as manobras de veículos com reboque; a colocação de placas de sinalização para proibir o banho, a pesca e o estacionamento naquela área; e a instalação de lixeiras e novas luminárias.
“O local está perigoso. À noite, o uso de drogas é constante. Também já houve atrito com pescadores. Uma vez, cortei a linha de pesca de um homem e, quando voltei ao porto com a lancha, o retrovisor do meu carro estava quebrado”, lamenta.
“Planejamos fazer eventos”
Adams alerta para a necessidade de um aproveitamento melhor do local. Cita, entre outros exemplos, a vinda de pessoas de outras cidades – como Caxias do Sul – para praticar esportes náuticos no Rio Taquari. Nas décadas de 80 e 90, tais programações eram rotina em Lajeado, em especial nas proximidades dos pilares da ponte da BR-386.
“As pessoas gostam daqui. Gastam quando estão de passagem. É um esporte que movimenta dinheiro para o município. Temos contatos e vontade de trazer etapas de campeonatos de jet ski, mas passaríamos vergonha. Hoje, é preciso implorar para usar a rampa”, frisa.
Ainda de acordo com o empresário, um amigo se envolveu em um acidente há pouco mais de 15 dias. Ao manobrar um carro com reboque, ele colidiu com a lateral de dois carros estacionados no fim da rua Osvaldo Aranha ao tentar retirar a lancha do rio. “Daqui a pouco é capaz de dar briga por lá. O que seria lamentável”, alerta.

Pilotos e proprietários de lanchas se reuniram ontem para reivindicar ao prefeito melhorias no Porto dos Bruder
Permuta da área
De acordo com o prefeito, a principal proposta é permutar a área com um imóvel pertencente ao Executivo. Caumo avisa que essa possibilidade é embrionária. Tal assunto, informa, vem sendo tratado pelo presidente do Comitê de Revitalização do Centro Histórico e assessor especial do governo, Ítalo Reali. “Com a posse do terreno, poderemos pensar em um projeto para valorizar o local. Mas, antes, vamos ouvir os usuários.”
Melhorias no entorno
Desde 2011, poucas obras foram realizadas no local. Naquele ano, por exemplo, a Secretaria do Meio Ambiente de Lajeado (Sema) chegou a lançar edital para contratar uma empresa para a elaboração de projeto de reformas da rua Oswaldo Aranha. O programa, denominado A Cidade Voltada para o Rio, abrangeria a via desde o Porto dos Bruder até o fim da ciclovia, no Armazém dos Ferrari, numa extensão de 1,2 quilômetro.
Também previa a substituição das calçadas e do piso, modernização da iluminação pública, desenvolvimento de trilha ecológica, com sinalização, aproveitando os caminhos já existentes, e reforma do belvedere Aldino Aloísio Galas, com colocação de quiosque e posto policial. Outra melhoria seria a criação de uma marina no Porto dos Bruder, onde as embarcações poderão ancorar em segurança.
Seis anos depois, o projeto não saiu do papel. Já em 2015 e 2016, o governo realizou dois investimentos – utilizando recursos de multas ambientais – para reformar os dois belvederes. Foram investidos cerca de R$ 500 mil. Além disso, recursos do Ministério do Turismo possibilitaram o asfaltamento de trechos da rua Júlio de Castilhos, no entroncamento com a Osvaldo Aranha.