A pequena participação de professores em atividade na assembleia do 8º núcleo do CPERS levou os docentes da região a adiarem o posicionamento a respeito de uma greve. Na reunião ocorrida ontem no auditório da colégio Castelo Branco, os participantes decidiram esperar o resultado da assembleia geral, marcada para o dia 8. A direção estadual tem defendido que os professores cruzem os braços.
Não é a primeira vez que o 8º núcleo opta por não adotar um posicionamento para apresentar na assembleia geral. Defensora da greve, Luzia Hermann, integrante do CPERS, afirma que a baixa participação de professores na ativa impede uma decisão do sindicato local. “Eu sou aposentada e defendo a greve. Não tomamos esse caminho por conta da ausência das pessoas, porque não temos quem vá garantir essa posição.”
Diferente de outros momentos, a maior preocupação da categoria no momento vem de Brasília e não do governo do Estado. As reivindicações sobre os sucessivos atrasos de salário e a falta de reajuste deram lugar a manifestações contra a Reforma da Previdência.
Para Luzia, a reforma é pior que os atrasos e a falta de aumento salarial. “Reajuste de salário e parcelamento não se torna algo tão violento quanto essa reforma proposta.”
Ela defende uma mobilização ampla para barrar o projeto do governo federal. “Agora é o momento de fazer uma greve de massa, porque estamos vivendo um problema que vai além da categoria.”
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Poucas adesões
Mesmo com o desejo dos sindicalistas, os professores reconheceram durante o encontro a dificuldade de uma grande adesão a uma eventual greve do magistério. Na assembleia de ontem, os participantes ressaltaram a desmobilização dos colegas em integrar movimentos paredistas. Com isso, o grupo denominou a provável paralisação como uma “greve de resistência”, a qual deve ter apenas adesões individuais.
Mesmo afastado da presidência do 8º núcleo do CPERS por motivos de saúde, Oséas Souza esteve no encontro de ontem. Ele projeta uma participação menor, mas que envolva mais municípios da região caso a greve seja aprovada. “Acreditamos que a adesão no núcleo será pontual, mas em várias localidades. Então teremos alguns professores, mas em toda região de abrangência.”