Desde janeiro, o governo federal adota medidas para impulsionar o setor da construção civil. Depois de anunciar mudanças no Minha Casa Minha Vida, o Conselho Monetário Nacional elevou o teto para compra de imóveis com recursos do FGTS.
O valor passou de R$ 950 mil para R$ 1,5 milhão, válido para todos os estados até o fim do ano. Na avaliação do diretor da construtora Zagonel, Cézar Henrique Haberkamp, o anúncio não deve trazer reflexos significativos ao Vale.
Ele estima que pouco mais de cem imóveis novos estejam nesse valor na região. O maior volume em estoque são os sobrados, na faixa de R$ 130 mil a R$ 140 mil. Aqueles acima de R$ 200 mil também são expressivos e não estão enquadrados nas propostas anunciadas.
Conforme ele, o maior impacto na região será na venda de casas e apartamentos usados. A medida anunciada pelo governo amplia para R$ 800 mil o valor máximo. “Isso facilitará para recolocar esses imóveis no mercado.”
De acordo com Haberkamp, em vendas de apartamentos na faixa de R$ 800 mil, por exemplo, é comum receber na transação imóvel usado, na faixa de R$ 300 mil a R$ 400 mil. Porém, a comercialização desse empreendimento se torna difícil.
Retomada
Na avaliação do diretor, o aumento dos limites não altera outros complicadores que interferem na venda, como a taxa de juro, dificuldades na liberação de crédito e a incerteza da população. “Muitas pessoas estão desempregadas. Outras estão com medo. Têm aquelas que precisam se estruturar para fazer o investimento.”
Intermediária
Para o proprietário da imobiliária Guia, Everton Corbellini, a medida traz pouco impacto ao setor. “É uma pequena parcela que procura um financiamento de até R$ 1,5 milhão.”
Conforme ele, o governo pode beneficiar o setor no momento que criar incentivos para compra em faixas intermediárias, voltados aos imóveis de R$ 250 mil a R$ 600 mil. Essa é a maior fatia do mercado na região e existem poucos benefícios para essa faixa, afirma.
“As mudanças propostas auxiliam programas populares e aquisição de empreendimentos de alto valor.” Para ele, a facilidade de acesso ao crédito e a redução de juros seriam as medidas fundamentais para estimular o setor.