Depois da cobrança de IPTU, a comunidade de Vila Storck trabalha na criação de uma associação de moradores. Uma assembleia preparatória ocorreu na quinta-feira, na Sociedade Carlos Gomes. Seis pessoas integram uma comissão representativa.
Uma empresa especializada fará um estatuto preliminar. O grupo vai trabalhar nas adaptações. A expectativa é que o documento fique pronto em até dois meses. Por enquanto, a comissão não prevê nova reunião com o governo para tentar alterar o zoneamento da localidade.
Segundo um dos membros, Darci Polis, cerca de 30 pessoas participaram do encontro. O grupo está insatisfeito com a cobrança do tributo e espera reverter a situação. De acordo com ele, a partir da cobrança, o governo municipal não apresentou contrapartidas para a comunidade.
Mudanças feitas no Plano Diretor, em 2014, na gestão passada, transformaram o local de área rural para urbana. A alteração gerou a cobrança do tributo. Moradores contestam a duplicidade de impostos. Além do IPTU, muitos pagam o Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR).
Maristela Eckahardt, 52, esteve no encontro. Ela considera que o preço cobrado está muito alto. A família trabalha com a criação de bovinos e paga cerca de R$ 50 de ITR. Para quitar o IPTU, precisará desembolsar R$ 300.
De acordo com ela, todos os moradores estão insatisfeitos. “Se fosse um valor justo, de R$ 50 até R$ 100, não teria problema em pagar. Mas é muito alto. Uns estão pagando R$ 300 e outros R$ 2 mil.”
Segundo Polis, em Vila Storck, os imóveis foram supervalorizados na avaliação. “O IPTU é mais alto que o de Lajeado”, reclama. Conforme ele, em locais com o mesmo perfil, em Lajeado, não há cobrança de IPTU. O local citado faz parte de uma área de expansão urbana, por isso, o tributo não é exigido.
Outro temor é o fim das atividades agrícolas. “Pelas leis do urbanismo, o uso de agrotóxicos e atividades como criação de animais pode ser denunciada pelos vizinhos para órgãos fiscalizadores. Pela lei, essa não é mais uma área rural, por isso, não podemos mais desenvolvê-las.”
Grupo apresenta pleitos
O objetivo de articular a associação é ter uma organização capaz de debater as demandas da comunidade junto à administração municipal. A primeira intenção é negociar a reversão do zoneamento da área.
Conforme Polis, com o pagamento do tributo, os moradores também vão cobrar a solução de problemas como falta de acostamento na RST-241. Segundo ele, é necessário fazer calçamento paralelo às vias. Outra é a instalação de redutores de velocidade. “Aqui existe um fluxo intenso de veículos e há vários trechos perigosos.”
Membros da comissão
Darci Polis, Pedro Hepp, Luciano Schab, Vânia Both e Rosemeri Troller. O grupo está aberto ao envolvimento dos moradores da comunidade.