O colégio de Arroio do Ouro receberá em no turno inverso estudantes de Linha Delfina. A instituição atendia alunos do 1º ao 5º ano até ser fechada, no fim de 2016 devido ao baixo número de matrículas.
Segundo o secretário de Educação, Marcelo Mallmann, a instituição contava com 12 alunos. A partir de agora, pelo menos oito frequentam a escola de Linha Delfina. Quatro deles, haviam passado para o sexto ano e, de qualquer forma, deixariam o colégio.
Para não deixar o espaço ocioso, o local sediará atividades de turno inverso. O objetivo é desenvolver parte dos trabalhos, que já ocorrem no educandário de Linha Delfina. A escola recebe alunos a partir de quatro anos de diversas localidades vizinhas.
Em Arroio do Ouro, prevalecem famílias idosas. A aposentada, Sônia Terezinha Scheren, 57, reside faz 18 anos na comunidade. “Desde aquela época diziam que a escola ia fechar por falta de alunos.” Para evitar o encerramento, matricularam a filha no educandário. Segundo ela, nos últimos anos o número de crianças reduziu ainda mais.
Augusto Moraes, tem oito anos, e já fazem dois, que frequenta a escola de Linha Delfina. Um ônibus contratado pelo município faz o transporte. Conforme o pai dele, Marco Antônio Moraes, 53, em Linha Delfina o município oferta turno integral.
Como ele e a esposa, passam o dia fora, optaram por matricular o filho na instituição. “A escola não é longe, em 15 minutos ele chega. A prefeitura disponibiliza transporte e desta forma garantimos que ele não passará parte do dia sozinho em casa.”
Educação infantil
A escola de Arroio do Ouro tem um espaço conservado. Para aproveitar melhor o local, o vereador Márcio Mallmann (PP) articula com lideranças locais a possibilidade de implantar uma escola de Educação Infantil no complexo.
O assunto é avaliado pela Secretaria de Educação. Um estudo detalhado será feito. O vereador estima que 70 a 80 crianças, de diversas comunidades vizinhas, poderiam ser atendidas.
Moradores desconhecem proposta
O aposentado José Wille, 73, mora em frente a escola. Ele não ouviu falar no assunto. A aposentada Sônia Scheren, também não conhecia a proposta. “Ouvi falar no turno inverso, mas educação infantil não.” Segundo ela, não houve articulação sobre a implantação desse sistema na comunidade. “São poucas crianças nessa faixa etária”, comenta.
Dificuldade para os pais
A auxiliar de serviços gerais, Vanessa Cristina Kaser, 28, reside e trabalha em Linha Delfina. Ela tem uma filha de três anos e, todos os dias, precisa se deslocar até a cidade para deixar a menina na Casa da Criança. “São quatro viagens.”
De acordo com ela, ficaria mais prático se houvesse uma creche em Arroio do Ouro. Da casa dela, até a comunidade são três quilômetros. Para ela a proposta é interessante, mas não acredita que saia do papel tão cedo.