A faculdade La Salle pretende ampliar o projeto “Desvelando o que queremos esconder” para os cinco maiores municípios da região. Um diagnóstico foi desenvolvido no ano passado em Estrela. Durante o Fórum de apresentação dos resultados, foi sugerido expandir a pesquisa para outras cidades do Vale do Taquari.
De acordo com o coordenador do projeto, o irmão Marcos Corbellini, a pesquisa terá outra conotação. “Queremos verificar o percentual de pessoas que tiveram experiência negativa em relação a algum tipo de discriminação de gênero, renda e etnia.”
No ano passado, o estudo analisou a percepção das pessoas em relação a comportamentos discriminatórios. Os resultados apontaram uma tendência em não admitir esse tipo de situação no entorno onde se vive, mas apontar para outros locais.
O estudo permite verificar o comportamento social e as influências nos municípios próximos de Estrela. Além disso, viabiliza a comparação de dados entre as cidades.
Nesta edição a análise ocorre em Lajeado, Arroio do Meio, Estrela, Teutônia e Encantado. As cidades foram escolhidas por serem as maiores da região em densidade populacional. A pesquisa tem perfil quantitativo.
Segundo Corbellini, 108 pessoas serão ouvidas em três bairros de cada cidade. “Os pesquisadores aplicam os questionários na região central, em um bairro mais favorecido e outro menos.” Ao todo mais de 540 pessoas serão entrevistadas. Nove alunos serão treinados para sair a campo.
Cronograma
Os trabalhos iniciam em fevereiro e se estendem até junho, quando a pesquisa será publica. A preparação dos questionários inicia neste mês e serão concluídas em março. A aplicação ocorre durante o mês de abril. Os dados serão tabulados e analisados em maio. O projeto conta com o apoio do A Hora e do jornal Nova Geração.
Disparidades sociais
O estudo feito no ano passado apontou um cenário desigual. Mulheres, negros, pardos e indígenas são segregados em situações comuns que passam despercebidas. Uma das disparidades é apontada na distribuição de renda. Aspectos culturais e históricos também exercem influência nesse cenário. A pesquisa foi feita entre agosto e setembro.
Ao todo, 399 pessoas foram entrevistadas, em 17 bairros. Elas responderam a 30 perguntas baseadas em dados estatísticos do IBGE, do censo demográfico de 2010. As perguntas eram relativas a questões de gênero, raça, renda, escolaridade e idade.
Os dados mostram uma sociedade em que prevalece a discriminação em virtude de gênero ou etnia. Os brancos têm mais oportunidades em relação aos outros grupos étnicos. As mulheres, apesar do mesmo nível de formação que os homens, recebem salários inferiores. Os mais pobres têm menos oportunidades e enfrentam o preconceito devido a renda obtida.