Plano estabelece até quatro praças de pedágio na BR-386

Vale do Taquari

Plano estabelece até quatro praças de pedágio na BR-386

Tarifa teto no edital é R$ 11,72 a cada 100 quilômetros. Contrato prevê duplicações

Plano estabelece até quatro praças de pedágio na BR-386

O governo federal inicia as tratativas para retomar os planos de concessão de rodovias no RS. A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) abriu a primeira audiência pública do Programa de Parceria de Investimentos e publicou as minutas do edital e dos futuros contratos.

Estudos projetam quatro pedágios só na BR-386, entre Tio Hugo e Montenegro. A única praça sugerida para o Vale do Taquari deve ficar em Fazenda Vilanova, no quilômetro 370 da rodovia, praticamente no mesmo ponto onde se localizava o antigo posto de pedágio, desativado em junho de 2013, e demolido um ano depois. As demais praças devem ser instaladas em Tio Hugo, Soledade e Montenegro, nos quilômetros 226, 260 e 386, respectivamente.
De acordo com a minuta do contrato, as empresas vencedoras dos editais terão que apresentar estudos de manutenção e ampliação da rodovia federal. Conforme o cronograma de obras, a concessionária precisa finalizar 219,70 quilômetros de duplicação na BR-386 – divididos em quatro segmentos – em um período de até 15 anos. Algumas obras só iniciam após dez anos de contrato.
Para concluir essas duplicações, o governo estima gastar mais de R$ 50 milhões só com verbas de desapropriação. Segundo a agência, é necessário ressarcir proprietários de pelo menos 825,3 mil metros quadrados de áreas urbanas e outros 516 mil metros quadrados de terrenos em áreas rurais. Além disso, existem mais de cem ocupações irregulares na faixa de domínio.
O contrato também prevê diversas ampliações em trechos já duplicados. Entre esses, a ANTT quer ampliar as pistas entre os quilômetros 344 e 349, em Estrela. Outra obrigação das concessionárias será a implantação e melhorias de vias marginais, trevos, viadutos, passagens superiores e inferiores, interconexões, retornos, passarelas, correções de traçado e melhorias em acessos.
Tais empreendimentos devem ocorrer de forma concomitante com a execução das obras de ampliação. Em relação aos acessos, por exemplo, a ANTT solicita melhorias em quatro pontos em Pouso Novo, oito em Marques de Souza, quatro em Lajeado – entre esses a entrada para Forquetinha –, três em Estrela, três em Tabaí e um em Paverama.

Quatro passarelas em Lajeado

O programa prevê uma série de medidas para a segurança dos pedestres. A principal é a projeção de sete passarelas na BR-386, só no trecho que compreende o Vale do Taquari. Os dispositivos devem ser instalados em Marques de Souza, Forquetinha, Estrela e Lajeado.

Na principal cidade da região, onde já existem duas passarelas, estão previstas mais quatro. A ANTT sugere que as estruturas sejam construídas nos quilômetros 340, 342, 344 e 346 da rodovia. Em Estrela, a passagem de pedestres deve ser instalada no quilômetro 350.

Serão licitados 467,7 quilômetros de rodovias federais entre o RS e Santa Catarina. Os investimentos em recuperação, conservação, operação, implantação de melhorias e ampliação de capacidade devem chegar a R$ 7,9 bilhões ao longo de 30 anos de concessão. A sociedade pode encaminhar contribuições à agência até as 18h do dia 17 de março. Além disso, estão programadas – pelo menos – duas sessões públicas em Porto Alegre, no dia 16, e em Brasília, dia 23.

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“Dois pedágios até a capital é inviável”

Para a presidente do Codevat, Cíntia Agostini, a possibilidade de os motoristas pagarem dois pedágios de Lajeado até Porto Alegre é considerada “inviável”. “Isso é um exagero. As viagens ficarão extremamente caras. Estaremos pagando a cada 60 quilômetros rodados.” Para ela, o ideal seria apenas uma praça nesse trecho.
“Não há outra alternativa”
Prefeito de Fazenda Vilanova, José Cenci defende a implantação de pedágios na rodovia federal. Segundo ele, em 2012, os cofres do município receberam cerca de R$ 350 mil oriundos da cobrança na antiga praça. “Isso pouco importa, pois hoje o valor é rateado entre as cidades lindeiras. O importante é garantir um modelo que nos traga obras, investimentos. E o poder público já se mostrou incapaz de fazer sozinho. É preciso empresas terceirizadas. Não há outra alternativa”, diz.

 

 

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