A ausência das bancadas petista e petebista na composição das comissões permanentes da câmara de vereadores gerou trocas de farpas na sessão de ontem. Durante a leitura da ata da primeira sessão, o vereador Sérgio Kniphoff (PT) pediu que constasse a contrariedade dos três vereadores à formação das comissões.
Logo após a ressalva dele, o presidente da casa, Waldir Blau (PMDB), disse que a escolha foi feita de forma democrática.
Na semana passada, os nomes para compor as comissões foram trazidos ao plenário e colocados para votação. PT e PTB não estavam entre o grupo. Partidos da base governista e o PMDB faziam parte das quatro comissões. O fato gerou discursos acirrados, mas a maioria aprovou a formação apresentada.
Nos anos anteriores, todas as bancadas participavam das comissões. A distribuição acontecia nos bastidores, em uma espécie de consenso. Em 2017, as chapas foram discutidas entre algumas bancadas, mas não contemplaram os dois partidos.
Mais tarde, durante seu pronunciamento, o petista voltou a criticar a postura de Blau. “No seu discurso de posse, o senhor se dirigiu à chapa que perdeu a administração municipal, e disse para que não se sentisse derrotada. Para nossa surpresa, os partidos que fizeram parte da chapa que perdeu ficaram de fora das comissões.” O petista reiterou que o grupo será oposição, mas chamou a atenção para que o partidarismo não determine a condução dos trabalhos e a discussão dos temas relacionados à cidade.
Blau, em seu espaço na tribuna, disse que fará de tudo para promover um trabalho de forma harmônica e dentro do campo das ideias. Mas declarou que a formação das comissões permanentes foi resultado de um acordo político. “Fomos escolhidos pela população para ser maioria. Somos maioria. Com essa compreensão, apresentamos os nomes nesse formato.”
Nos bastidores da casa, comenta-se que a articulação entre partidos da base governista com o PMDB, dentro do Legislativo, pode ser resultado de uma negociação de distribuição de cargos políticos administrativos da câmara.
Comissões
Educação, Saúde e Ambiente: Ildo Salvi (REDE), Neca Dalmoro (PDT) e Mariela Portz (PSDB).
Obras e Serviços: Marquinhos Scheffer (PMDB), Éder Sphor (PMDB) e Paulo Tori (PPL).
Finanças e Orçamento: Mozart Lopes (PP), Éder Sphor (PMDB) e Carlos Ranzi (PMDB).
Justiça e Redação: Carlos Ranzi (PMDB), Mariela Portz (PSDB), e Ildo Salvi (REDE).
Regramento
A mesa diretora protocolou proposta para regrar o tempo de tramitação dos projetos. De acordo com Ildo Salvi, a intenção é determinar um período de até dez dias para analisar qualquer matéria na casa.
No ano passado, por exemplo, o prazo das propostas encaminhadas em regime de urgência pelo Executivo acabou sendo postergado pelos parlamentares. Matérias nessa modalidade têm um período máximo de 30 dias para serem apreciadas, mas em virtude dos pedidos de vistas chegavam a tramitar por mais de 60 dias.
