Hostilidade marca primeira sessão da câmara de vereadores

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Hostilidade marca primeira sessão da câmara de vereadores

Escolha da presidência provoca mal-estar entre oposicionistas

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A primeira sessão ordinária do ano foi marcada por confusão e ânimos exaltados na câmara de vereadores. A oposição considera uma traição a vereadora Jaqueline Taborda (PDT) ter formado uma chapa para compor a mesa diretora junto com o PP, partido da base governista.

A trabalhista fez parte da coligação de apoio ao candidato Agostinho José Orsolin (PMDB). Seis vereadores da coligação foram eleitos e tentavam, desde outubro, organizar articulação para compor a presidência da casa.

Alguns parlamentares usaram o tempo na tribuna para repudiar a decisão da trabalhista. Críticas incisivas partiram da peemedebista Andressa Souza Ye (PMDB). Os demais vereadores da oposição, na sequência, questionaram o caráter de Jaqueline e sugeriram que sua atitude pode simbolizar uma curta permanência na política.

Com o plenário lotado, Jaqueline solicitou a presença da Brigada Militar para evitar mais transtornos. A oposição, denominada maioria, durante algumas reuniões indicou o nome do vereador Valdecir Gonzatti (PMDB) para presidir a Casa.

Com isso, tentavam articular um acordo para cada um ocupar por determinado período a presidência. Segundo o peemedebista, cada legenda teria direito de indicar nomes para ocupar cargos dentro do Legislativo. “As indicações não iriam partir apenas do presidente”, diz Gonzatti.

Na primeira reunião, a maioria dos vereadores se manifestou favorável à indicação dele para ocupar a função. Na terceira, Jaqueline expressou interesse em ocupar o cargo ainda neste ano. Segundo ela, isso resultou em uma série de desavenças, ameaças e agressões. A trabalhista relata dificuldade na relação e no diálogo com o grupo durante os encontros.

De acordo com ela, preferiu se afastar quando percebeu que a articulação estava sendo estabelecida para beneficiar interesses individuais. Nesse meio-tempo, foi procurada pelo PP para compor a mesa. Segundo Jaqueline, não foi exigido nada em troca.

A vereadora não se declara oposição ou situação e afirma trabalhar em favor do povo. Segundo ela, a decisão conta com o apoio da executiva do partido. O PDT deve publicar uma nota esclarecendo a posição. Conforme a trabalhista, ela promoverá um trabalho de fiscalização das ações do prefeito Adroaldo Conzatti e do vice Enoir Cardoso.

Vereadora sofre ameaças

Na sessão de segunda-feira, durante o uso da tribuna pela presidente, os vereadores de oposição se retiraram. O ato foi mais uma forma de protesto e indignação. Desde a definição da mesa, diversas pessoas repudiaram a atitude de Jaqueline nas redes sociais. A parlamentar relata que recebeu uma série de ameaças e retaliações públicas. Ela pretende registrar os fatos na polícia.

“Não esqueceram as eleições”

Na avaliação do vereador Valdecir Gonzatti (PMDB), o clima de hostilidade é oriundo do resultado do pleito de outubro. “Os vereadores e a população não esqueceram as eleições. A Jaqueline foi eleita graças a uma coligação.”

O peemedebista considera que a saída dela do grupo de oposição simboliza uma traição aos mais de seis mil eleitores.

De acordo com ele, a necessidade de reforço policial se deve ao modo “inexperiente” de Jaqueline conduzir a sessão. “Um presidente deve ser imparcial, ela não foi, teve medo.” A próxima sessão será marcada, mais uma vez, por hostilidade. “A tendência é que o clima fique mais calmo, com o passar do tempo, mas ela precisa enfrentar as consequências da sua decisão”, destaca.

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