O processo para afastar Dilma Rousseff da presidência do país, iniciado em dezembro de 2015, termina hoje com a votação de 81 senadores. Para que ela seja afastada definitivamente e Michel Temer deixe a condição de interino, são necessários pelo menos 54 votos. A votação será feita por painel eletrônico.
O dia de ontem foi marcado pelas declarações dos advogados de acusação e defesa. Falaram os advogados Janaína Paschoal e Miguel Reale Júnior como acusadores. Pela defesa falou o ex-advogado geral da União, José Eduardo Cardozo.
Em sua fala Janaína pediu desculpas à Dilma pelo processo, mas afirmou ter agido em nome dos netos da presidente afastada.
“Eu peço desculpas porque eu sei que a situação que ela está vivendo não é fácil. […] porque eu sei que, muito embora esse não fosse o meu objetivo, eu lhe causei sofrimento. E eu peço que ela um dia entenda que eu fiz isso pensando também nos netos dela.”
Antes, Janaína refutou a ide de que o afastamento é um golpe, como Dilma afirmoou em seu depoimento na segunda-feira, 29. “Para que o povo brasileiro tenha consciência tranquila de que nada fora do que é legal e do é legítimo está sendo feito nesta oportunidade.”
Cardozo criticou a citação de Janaína aos netos de Dilma. Mas a principal estratégia foi atacar o deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB/RJ), que aceitou o pedido de afastamento da petista, e a oposição. “ Diante da impossibilidade de deslegitimar a eleição, iniciou-se a caça ao fato do impeachment”, afirmou.
O advogado também fez um comparativo entre os processo e o golpe militar de 1964. “Os pretextos ficarão nos autos, no pó do tempo, como ficaram hoje as acusações formais que foram dirigidas contra Dilma Rousseff (pelo regime militar).”
Ambos falaram por meia hora, logo depois iniciaram os discursos dos senadores. Ao todo, 66 se inscreveram. Cada um tem dez minutos para seu pronunciamento, que duraram até o fim da noite.
