Diversificação produtiva garante força econômica

Pensar Estrela

Diversificação produtiva garante força econômica

Ao completar 140 anos de emancipação político-administrativa, neste dia 20 de maio, o município celebra a consolidação e o equilíbrio entre os setores produtivos. O plano de diversificação econômica implantado pelo Executivo leva segurança aos cofres públicos e à sociedade, a fim de afastar o risco de crises como a enfrentada no início dos anos 2000, quando a cervejaria Polar entrou em decadência e fechou. No ano passado, o valor adicionado de Estrela cresceu 9,09%, com destaque à Agricultura e Serviços.

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Diversificação produtiva garante força econômica
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As principais apostas do poder público para garantir a diversificação econômica do município são cultivadas no campo. E o setor primário corresponde às expectativas. De acordo com dados da administração municipal, a participação da Agricultura no bolo tributário passou de 19%, em 2013, para 26,43% no ano passado.

Nesse período, movimentou R$ 212,4 milhões, quase R$ 22 milhões acima da marca registrada no ano anterior. Segundo o prefeito Rafael Mallmann, os incentivos concedidos pelo governo, como o auxílio de terraplanagens para a implantação de aviários, chiqueiros e instalações de gado são imprescindíveis.

Nos últimos dois anos, foram 56 grandes obras na área. Com relação a novos projetos, somente nos primeiros quatro meses deste ano, são encaminhadas 20 novas implantações de aviários, pocilgas, confinamento de gado e estufas para hortigranjeiros.

A reabertura das capatazias do interior, uma no Costão e outra na Delfina, reaproximou o serviço de máquinas dos agricultores, auxiliados também pela renovação da frota, que hoje conta com seis novos equipamentos pesados.

“O agro cresceu mais do que os demais setores pela soma de diversos fatores como: arrojo e esforço dos produtores, adoção de práticas modernas altamente tecnificadas com índices de produtividade iguais aos melhores do mundo”, complementa o secretário da Agricultura, José Adão Braun. Outro ponto, destaca, a presença do governo local junto aos produtores incentivando a melhoria da produção, colocando em prática uma série de programas de apoio ao setor.

arrecadacao 2Propriedade desenvolvida

O município tem uma topografia que permite o aproveitamento total da área agrícola. Mesmo sendo em sua expressiva maioria propriedades minifundiárias, existe ainda espaço para ampliação e desenvolvimento de projetos na produção de leite, suinocultura e avicultura.

Aos 30 anos, o produtor Diego Müller, de Novo Paraíso, representa boa parcela de quem investe no setor primário e tem sucesso. Em uma área de 5,1 hectares, implantou quatro aviários ao longo dos últimos seis anos, depois de sair da casa do pai.

Há quatro meses, inaugurou duas novas estruturas, no modelo dark house, elevando a capacidade produtiva da propriedade para 150 mil frangos por lote (um a cada 28 dias). O investimento chega a R$ 1,6 milhão. “A tecnologia facilita o trabalho e demanda menos mão de obra” cita ao apontar que os quatro aviários demandam o serviço de três pessoas.

Enaltece os benefícios de investir na localidade, em especial devido à logística pela proximidade da BR-386 e da empresa integradora. Além disso, ressalta o apoio concedido pela Secretaria da Agricultura em terraplanagem para os aviários e o acesso à propriedade. “Se eu tivesse que fazer isso por conta própria, teria de gastar cerca de R$ 80 mil. Ajuda bastante.”

A fim de ter renda extra, mas sem tirar o foco da avicultura, Müller investe ainda na piscicultura. A cada três anos, participa da edição da feira realizada na Semana Santa, quando comercializa cerca de oito toneladas de pescado.

Pilares da agricultura

A produção do município está baseada em três atividades principais: a leiteira, a avicultura e a suinocultura. Também apresentam desempenho importante a piscicultura, a produção de hortifrutigranjeiros e as culturas como soja e milho – quase a totalidade transformada em silagem.

Carro forte na agricultura, a produção de leite cresce a cada ano. De acordo com dados do IBGE, o município tem a oitava maior bacia leiteira do Brasil. São mais de 41 milhões de litros por ano, atividade que abrange cerca de 500 produtores.

Segundo Braun, a diversificação da produção é trabalhada com implantação de projetos nas áreas de hortifrutigranjeiros e piscicultura. O setor de agroindústrias está sendo estimulado e em desenvolvimento. A inspeção sanitária feita pelo serviço de Inspeção Municipal tem contribuído para a qualificação da produção especialmente nas áreas de leite, carne e ovos.

O adequado armazenamento e uso dos dejetos são preocupações constantes dos produtores e do governo para que haja um crescimento da produção de forma sustentável, sem qualquer dano ao ambiente.

Equilíbrio em tempos de crise

A área com maior crescimento em 2015 foi a de Serviços: passou de R$ 75,1 milhões para R$ 99,9 milhões. Mesmo assim, o setor representa apenas 12,44% de participação da receita do valor adicionado. “Dentro do comparativo com os outros setores, é pouco, mas é um recurso que fica mais na mão do prestador, o que aumenta a qualidade de vida da nossa gente”, avalia o prefeito Mallmann.

Apesar da elevação dos setores primário e de serviços no orçamento, a indústria segue como líder de arrecadação. Mesmo com aumento tímido em 2015, de 4,76%, o setor representa 61% da receita do município. “Estrela já sofreu no seu passado por ter toda sua economia centralizada em uma só empresa, a cervejaria Polar, que quando fechou trouxe, além do desemprego, uma série de problemas econômicos”, enfatiza.

O fim da indústria Farol S/A, em 1990, e o declínio da cervejaria nove anos depois, foram a mais recente quebra de um ciclo. Em 1941, outro havia terminado: a enchente assoreou o Rio Taquari e prejudicou o transporte fluvial, responsável por movimentar a economia desde a fundação do povoado. Em ambos os casos, o desemprego de quem havia deixado o campo para trabalhar na cidade motivou o município a investir em alternativas.

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