Assembleia geral do Cpers/Sindicato autorizou os professores e funcionários das escolas a paralisarem as atividades nesta segunda-feira. Essa deverá ser uma das ações da entidade para pressionar o governo do Estado após a confirmação do parcelamento dos salários do mês de abril.
Conforme uma das representantes do 8° núcleo do Cpers, Luzia Hermann, os professores foram orientados a “fazer atividades reduzidas ou trabalhar com os alunos sobre as problemáticas enfrentadas pelos profissionais.”
Luzia lamenta o novo parcelamento. “Já virou um hábito. Hoje não lutamos por melhorias, mas apenas para manter o que já temos.” Além do parcelamento, ela reclama do não pagamento do piso nacional do magistrado – é de R$ 2,1 mil por 40 horas, mas os professores do RS recebem R$ 1,2 mil.
Nessa sexta-feira à noite, ocorreu encontro no Colégio Presidente Castelo Branco, em Lajeado. Representantes do Cpers regional se reuniram com pais, alunos e funcionários para mostrar a situação precária a qual os professores são submetidos.
Para a próxima quarta-feira, o Cpers programa uma assembleia regional no educandário. No encontro, será discutido o interesse em participar de futuros protestos. “Queremos que representantes de todas as escolas venham nesse encontro para ouvirmos as opiniões de todos.”
Luzia destaca a importância dos profissionais se manifestarem. “Se ninguém fizer nada, a sociedade vai pensar que está tudo bem, enquanto passamos por muitas dificuldades.” No dia 13 de maio, haverá uma assembleia geral, no Gigantinho, em Porto Alegre. Na ocasião, será votada a possibilidade de os professores entrarem em greve.
Parcelamento dos salários
O governo do Estado divulgou o calendário de pagamentos da folha do funcionalismo no mês de abril. Cerca de 51% dos servidores que recebem até R$ 2 mil terão acesso aos salários de forma integral.
A faixa salarial atinge quase 60% do magistério, que recebe integral no último dia útil do mês. A expectativa da Secretaria Estadual da Fazenda é complementar as demais faixas do salário até o dia 13 de maio. Foram depositados R$ 558 milhões como primeiro crédito na conta dos servidores.
O crescimento da receita em relação ao mês de março é insuficiente para o volume de contas que ficaram pendentes, tendo em vista a frustração da receita com o IPVA 2016. O Governo do Estado tem um deficit financeiro de R$ 410 milhões, sendo que a expectativa com a arrecadação era de R$ 450 milhões oriundos do IPVA. Dos demais itens da
receita, o ICMS líquido ficou R$ 1,545 bilhão, as transferências da União (FPE e IPI), em R$ 159,4 milhões, e os recursos vinculados (Fundeb e Salário Educação), em R$ R$ 424 milhões. O valor líquido dos salários chegou a R$ 1,146 bilhão para os servidores da administração direta (R$ 968 milhões), fundações e autarquias.
