Total de eleitores aumenta 1,5 mil em quatro anos

Vale do Taquari

Total de eleitores aumenta 1,5 mil em quatro anos

Levantamento mostra que cidades maiores concentram elevação no número de eleitores. Cartório da 29ª zona espera que até 1,8 mil pessoas regularizem documento até a próxima quarta-feira.

Total de eleitores aumenta 1,5 mil em quatro anos

A menos de uma semana do fim do prazo para confecção de novos títulos ou transferências de domicílio, os cartórios eleitorais terão atendimento diferenciado.

No sábado e domingo, as unidades abrem das 11h às 18h. A partir de segunda-feira, 2, até a quarta-feira, 4, o horário é das 9h às 18h.

De acordo com o juiz da 29ª Zona Eleitoral, Luiz Antônio de Abreu Johnson, durante o processo de recadastramento biométrico, mais de dois mil títulos foram cancelados. Para ele, entre 1,5 mil e 1,8 mil pessoas devem atualizar os dados.

“Alguns eleitores morreram ou mudaram de município, mas é um número pequeno na comparação com os cancelamentos devido à biometria”, afirma. Conforme o magistrado, todas as pessoas que se deslocarem aos cartórios antes do horário de fechamento receberão senhas e serão atendidas.

“O fechamento do cadastro eleitoral definirá o número total de eleitores, que não deve ser muito diferente em relação ao último pleito”, acredita. No caso de eleitores que extraviaram o documento, a solicitação de segunda via pode ocorrer a qualquer momento, mesmo às vésperas das eleições.

Mudanças nas regras

Na primeira eleição após as mudanças na lei, Johnson acredita em um pleito agitado pela crise política em Brasília e uma campanha menor. Lembra que o prazo para as convenções partidárias vence no dia 15 de agosto, menos de 50 dias antes da votação.

“Serão 45 dias de campanha, um prazo exíguo”, ressalta. Segundo ele, a propaganda antecipada é permitida desde que de forma sutil. Conforme a lei, o provável candidato pode expor programas, planos e projetos, mas é proibido de pedir votos.

A campanha eleitoral na rua também está restrita. Não serão permitidos cavaletes em canteiros ou praças, nem outdoors. Os carros de som e a distribuição de materiais gráficos seguem liberados. Placas e muros pintados em propriedades particulares também são permitidos, desde que tenham tamanho máximo de 50 centímetros quadrados. Porém, é vedada a locação de espaços em terrenos privados.

“Será uma campanha menos agressiva nas ruas, mas os comícios devem voltar de forma mais intensa, assim como a campanha corpo a corpo, carreatas e passeatas”, avalia. Conforme Johnson, o papel da Justiça é de garantir o livre direito ao voto e o bom andamento do pleito.

“Cabe à Justiça atuar de uma forma eficaz perante os abusos”

A Hora – Quais as principais preocupações em relação ao pleito deste ano?

Luiz Antônio de Abreu Johnson – Teremos uma campanha eleitoral em andamento e, ao mesmo tempo, um processo de impeachment em curso no Senado. O ambiente político nacional já está agitado, e essa agitação tenderá a sair de Brasília e se deslocar para os municípios. As questões envolvendo o processo contra a presidente da República devem pautar o debate político. Sabemos que uma campanha eleitoral se desenvolve em um ambiente de guerra e os ânimos se acirram muito próximo. Cabe à Justiça atuar de uma forma eficaz perante os abusos.

Como a Justiça se prepara para atuar diante do avanço das campanhas por meios virtuais?

Johnson – Todos os especialistas em direito eleitoral apontam para a migração da campanha das ruas para o mundo virtual. O que a Justiça Eleitoral vai verificar são os excessos, o que será um desafio.

Que tipo de atitude é considerada excessiva nas plataformas eletrônicas?

Johnson – A lei fala em todas as formas de agressão, que podem ser penalizadas com multa ou mesmo a retirada desse material considerado ofensivo. A pergunta que temos é como tirar do ar um whatsapp, por exemplo. A lei diz que qualquer pessoa pode criar um blog de apoio a uma candidatura. Evidentemente teremos problemas. Com certeza haver páginas que, ao invés de promover o debate ideológico, apostarão em ofensas e notícias inverídicas, com potencial para prejudicar a imagem das pessoas.

Como a Justiça atuará em relação às mudanças nas regras de financiamento eleitoral?

Johnson – Existe a restrição da doação por parte da pessoa jurídica. Temos um temor quanto à utilização de CPFs de laranjas. A pessoa física pode doar até 10% da sua renda anual, mas a doação é vedada a quem tem cargos em comissão (CC). É possível tentativas de burlar a lei com doações de pessoas sem renda, que podem doar até R$ 2 mil. Mas a Justiça estará atenta a isso, principalmente quando começarem a aparecer inúmeros de CPFs nas prestações de contas. É uma fraude eleitoral em primeiro grau.

Quais os cuidados em relação a almoços e jantares promovidos por candidatos ou partidos?

Johnson – Houve uma mudança em relação à promoção de eventos, que serão permitidos desde que comunicados ao juiz eleitoral com cinco dias de antecedência. Um fiscal será nomeado para fiscalizar a organização contábil do evento. Se considera razoável, para um jantar por adesão, valores de até R$ 100 por pessoa. É uma forma do candidato arrecadar recursos para campanha e essa mudança permite que tanto o Ministério Público quanto a Justiça fiscalizem. Tudo deve ser expressa na prestação de contas que deverá ser quinzenal e publicada no site da coligação.

grafico eleitores pelo vale 2016-01

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