Mortes de cães alertam para envenenamento

Paverama

Mortes de cães alertam para envenenamento

Cadáveres estavam no centro

Vale do Taquari

A morte de animais domésticos na área urbana deixa moradores indignados. Pelas redes sociais, moradores desabafaram sobre os casos envolvendo cães e gatos. Na maioria, o uso de veneno é indicado como causa das mortes.
Um dos mais recentes aconteceu há cerca de uma semana no centro.

O município, segundo moradores, tem tido casos recorrentes faz dois anos. Segundo Márcio Staggemeier, 36, só na casa dos pais, dois cães foram envenenados. Os animais haviam sido adotados pela família e estavam desaparecidos antes de serem encontrados mortos. Há cerca de quatro anos, eles também haviam perdido um cachorro de forma semelhante.

Com o caso, afirma, os pais que tiveram animais de estimação durante toda a vida desistiram de ter cães. Próximo à residência, um gato também foi encontrado morto em um bueiro.

Para Staggemeier, a recorrência de casos é agravada pela facilidade de acesso às substâncias usadas para o envenenamento. Outro problema indicado é a falta de uma entidade de classe ligada à causa animal, assim como o abandono recorrente.

Dois cães em dois anos

Situação semelhante à da família de Márcio foi enfrentada pela de André Dutra, 35. Em dois anos, os pais, também moradores do centro, perderam dois cães de forma semelhante.

Os sintomas no momento, afirma, indicavam a ingestão de produtos químicos. “A minha mãe disse que ele começou a correr sem parar antes de morrer. Estamos em um período que as pessoas estão muito estressadas e qualquer coisa é motivo desse tipo de atitude.”

De acordo com ele, os animais haviam sido comprados para os pais e costumavam ficar no pátio de casa. Além do espaço cercado, na maior parte do tempo, eles ficavam presos a um arame para reduzir a circulação no espaço. O último caso com cães da família ocorreu há oito meses.

Maus-tratos são frequentes

Integrante da Associação dos Amigos Protetores dos Animais do Vale do Taquari (Aapa Vat), Miriam Dutra ressalta a ocorrência de casos diários de maus-tratos na região. Falta de alimentação, água e condições precárias na acomodação são os problemas mais comuns.

Para ela, situações de envenenamento demonstram falta de consciência. “Muitas pessoas não têm noção sobre isso, falta de conhecimento sobre as leis. É uma extrema falta de compreensão e maldade. Para elas, não é uma vida que está ali.” Em Lajeado, há cerca de um mês, um caso do tipo envolvendo uma gata em período de amamentação mobilizou integrantes da AapaVat.

Na época, o grupo desenvolveu uma campanha de conscientização nas proximidades e se surpreendeu com outros seis relatos de envenenamento de animais de estimação. Na região, afirma, apenas Lajeado e Estrela têm legislações específicas voltadas à causa animal. Miriam atenta para a importância de registrar na Polícia Civil e buscar atendimento especializado assim que os donos perceberem alterações no comportamento do animal.

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