Para garantir o pagamento de débitos com fornecedores e profissionais, o Hospital de Caridade Sant’Ana promove venda de cachorro-quente. A segunda edição da iniciativa ocorre amanhã, das 8h às 17h, na instituição.
O cartão será vendido a R$ 10. No ano passado, foram comercializadas cerca de 1,8 mil unidades. A expectativa é chegar a dois mil nesta edição. Além disso, a direção aguarda a regularização dos repasses estaduais e a retomada do Incentivo Hospitalar (IHOSP).
Conforme a diretora, Simone Diedrich, a expectativa é sensibilizar a comunidade para a necessidade de recursos para manter o hospital. Outras instituições também estão buscando meios de contribuir para não precisarem reduzir atendimentos e leitos. “O lucro arrecadado será todo empenhado nos compromissos firmados, não conseguiremos fazer melhorias ou investimentos, apenas manter o que já temos.”
Outra campanha criada é o Amigo do Hospital que envolve a comunidade na manutenção da entidade. Por meio de contribuição de R$ 10, R$ 15 ou R$ 20 deduzida direto da conta de energia elétrica, os moradores podem ajudar a casa de saúde. Em contrapartida, recebem um cartão que dá direito a benefícios como descontos em exames, compra de medicamentos e consultas.
Hoje o programa conta com 700 inscritos e gera o faturamento médio de R$ 9 mil por mês. Segundo Simone, essa é uma garantia de faturamento fixo que devolve em benefícios à comunidade. Interessados em participar do programa podem se inscrever na recepção do hospital, munidos de carteira de identidade, comprovante de residência e energia elétrica. Após assinatura do termo, o participante recebe o cartão para desfrutar dos benefícios. O valor será descontado na fatura do mês seguinte.
Cortes e atrasos são fardo para saúde
Sem interferir no número de atendimentos, o Hospital de Caridade Sant’Ana aguada o complemento dos repasses do governo. Os valores referentes a fevereiro e março foram depositados com déficit de 30% cada, o equivalente a R$ 41 mil. A direção também sente a dificuldade das prefeituras em receber os recursos destinados à saúde, mas percebe que o poder público municipal tenta investir para não comprometer os atendimentos.
Além disso, o maior rombo está no corte do IHOSP. O incentivo gerava R$ 22 mil mensais para complementar a defasagem oriunda na tabela de preços do SUS. O valor proposto pelo próprio Estado para cobrir o problema foi suspenso e desde então os hospitais buscam reaver o prejuízo.
