Barulho de caminhões prejudica aulas

Teutônia

Barulho de caminhões prejudica aulas

Motoristas ignoram proibição de tráfego e comunidade escolar pede mais fiscalização

Barulho de caminhões prejudica aulas
Teutônia
oktober-2024

O barulho do motor ou da buzina de caminhões dificulta o trabalho para professores e o aprendizado de alunos da Escola Estadual de Ensino Médio. O trajeto pela rua Tiradentes, em Canabarro, é a melhor opção para os caminhoneiros que ingressam da Via Láctea. O quebra-molas em frente à instituição aumenta os ruídos. Os veículos freiam e o estrondo ecoa dentro da sala de aula.

Ontem de manhã, em 15 minutos, passaram oito caminhões ignorando as placas que proíbem o tráfego de veículos pesados no trecho. O professor Eduardo Röhsig lecionava sobre conversão de medidas, durante aula de física, quando teve de parar o assunto até que um veículo carregado passasse. Foram apenas 20 segundos, mas o suficiente para gerar dispersão da turma de 30 alunos, do 1oano do Ensino Médio. “Com o barulho, perdemos a linha de raciocínio e temos de retomar o assunto. Convivemos com esse problema todos os dias”, conta.

Além de Física, o professor ensina Matemática e Química, que exigem atenção. O barulho de carros, motos e caminhonetes também gera incômodo e exige que uma frase seja repetida por três vezes. Röhsig mantém a aula do início ao fim com tom de voz elevado, mas professores com tom de voz baixo acabam reféns dos estrondos.

O diretor Carlos Ariberto Haas assumiu a escola no dia 15 de fevereiro e ficou sabendo do problema na semana passada, quando iniciaram as aulas. Para ele, o barulho ainda não foi notado com maior intensidade devido às atividades na escola. No entanto, está disposto a proteger o direito dos alunos solicitando que a administração municipal tome providências. “É um problema que vem se arrastando faz anos e cabe ao município fazer vigorar a lei. A escola não tem autonomia sobre as estradas.”

A coordenadora de Trânsito, Margrit Grave, diz que a lei existe desde 2009, mas a Brigada Militar não tem efetivo para controlar o fluxo no local. Uma das medidas para solucionar o problema foi o asfaltamento na rua Ernani Júlio Sippel, como outra opção de acesso à cidade. No entanto, os motoristas preferem o fluxo direto saindo da Via Láctea.

Criar cargo de agentes de trânsito para aplicar multas no descumprimento das normas é citado, mas barra nos custos. “É possível fazer isso, mas se torna oneroso para o município. A solução não é barata.”

Protestos não surtem efeitos

Em novembro de 2014, os alunos do Ensino Médio trancaram a rua em frente à escola com instrumentos de percussão, cartazes e apitos para obrigar os caminhoneiros a utilizar outro trajeto. O protesto se repete a cada ano, mas as soluções não ocorrem. Durante alguns dias, policiais militares ficaram em frente à escola para controlar o fluxo. Nenhum caminhoneiro foi multado.

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