The Horse precisa de  novas ideias, diz fundador

Arroio do Meio

The Horse precisa de novas ideias, diz fundador

Depois de 23 edições, gincana foi cancelada por dificuldade em renovar comissão organizadora

The Horse precisa de  novas ideias, diz fundador
Arroio do Meio

O evento mais esperado da cidade passa por reformulação. A interrupção da sequência de 23 edições da Gincana The Horse, anunciada na sexta-feira passada, 19, causou surpresa na comunidade. Os principais motivos alegados são o cansaço da equipe responsável pelo evento e a falta de novas ideias para as tarefas.

De acordo com o coordenador da Comissão de Tarefas da última gincana, Ceser Brock, o evento tomou proporções inesperadas. “Tornou-se tão grande que não estamos conseguindo controlar tudo.”

As novas dimensões da gincana e o número reduzido de organizadores impossibilitam a realização em 2016, diz Brock. Segundo ele, os seis meses dedicados à organização da gincana esgotaram a equipe.

Segundo o vice-presidente da Associação Recreativa, Beneficente e Cultural The Horse, Eduardo Rheinheimer, muitos desistiram de compor a equipe principal. “A maioria assumiu outros compromissos.”

Conforme ele, há integrantes que participam dos trabalhos faz 14 anos, como voluntários. No grupo de amigos que planejou a gincana, ninguém imaginava se comprometer por mais de duas décadas.“O quadro social é pequeno. Precisamos renovar e para isso esta interrupção é necessária.”

Rheinheimer descarta a ligação entre rixas e desentendimentos registrados pelos participantes e a suspensão do evento. Para ele, as animosidades são comuns e ocorrem desde a primeira edição. “É porque as pessoas não têm mais tempo, até por questões profissionais.”

Conforme o vice-presidente, a ajuda financeira para o evento vem de parcerias pública e privadas. Na edição em 2015, a gincana recebeu do governo municipal um repasse de R$ 29 mil. O valor incluía o aluguel de banheiros químicos, montagem de palcos e limpeza urbana.

Suspensão causa surpresa

Vanessa Ahne, 21, é integrante da equipe Schtena. Afirma que a notícia pegou todos de surpresa. A moradora de Travesseiro acredita que o objetivo dos fundadores foi alcançado e que o cancelamento da gincana pode ter sido motivado por brigas.

Para ela, a falta de comunicação entre integrantes da Comissão Organizadora acabava gerando conflito entre as equipes. “Eram brigas desnecessárias que poderiam ser evitados caso algumas tarefas fossem mais claras, e a avaliação mais neutra”, sugere.

A estudante Letícia Fritzen, 19, tinha lugar garantido na equipe Curê. Participava das gincanas desde criança e faz três anos que integrava o grupo. Para ela, que mora em Arroio do Meio, o entretenimento do município tem uma grande perda com o cancelamento da gincana em 2016.

Diz que a eventual “bagunça” e a rivalidade exagerada entre as equipes se devem ao crescimento do evento.

Para ela, a organização nunca teve a intenção de favorecer ninguém, mas entre alguns competidores “Tinha algumas rixas muito fortes, deixou de ser uma competição saudável. Por questão de segurança, talvez tenha sido melhor dar um tempo”, conclui.

Eduardo Ahne, 22, morador de Lajeado, integrava a equipe Hure Pook e, mesmo não sendo de Arroio do Meio, percebe no cancelamento a perda de visibilidade cultural do município. Para ele, as atividades sempre mantiveram um nível de competitividade saudável.

O gincaneiro acha normal que os ânimos se alterem em alguns momentos, pois a vontade de vencer é maior, mas não acha que a organização tenha perdido o controle. “Às vezes as pessoas simplesmente perdem o interesse.”

O que pensa sobre o cancelamento

Edilce Siqueira, 52, dona de casa Edilce Siqueira
“Não sou muito fã da gincana, mas acho que o município deveria se empenhar para não deixar acabar. O Carnaval que tinha já acabou.”

Abílio de LimaAbílio de Lima 69, aposentado

“Pegou todos de surpresa. O evento sempre promoveu e trouxe gente para a cidade.”

Luana Majolo, 21, estudante Luana Majolo

“É lamentável, mas compreensível. Hoje todo o trabalhado voluntário tem carência de recursos humanos.”

Jéssica Petry,Jéssica Petry, 17, estudante

“Era a única coisa que impulsionava e trazia gente de fora da cidade.”

Érico ShererÉrico Sherer, 61, aposentado

“Sempre foi um motivo de encontro para os jovens e toda comunidade. É uma pena não ocorrer neste ano.”

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