Poluição provoca mortandade de peixes

Arroio do Meio

Poluição provoca mortandade de peixes

Despejo de efluentes ocorre faz cerca de 5 anos no Arroio Jararaca, em São Caetano

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Atualizado quarta-feira,
30 de Janeiro de 2016 às 17:36

Poluição provoca mortandade de peixes
Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

A recorrente morte de peixes no Arroio Jararaca, um dos principais símbolos ambientais do bairro São Caetano, inquieta a comunidade. De acordo com moradores, o fato ocorre faz cerca de cinco anos, resultado do despejo de efluentes na rede pluvial e que desemboca no local pouco menos de um quilômetro antes que a água chegue ao Rio Taquari.

O último caso ocorreu nesse sábado, quando dezenas de peixes foram encontradas mortas nas imediações do The Horse. Entre eles, havia jundiás, lambaris, joanas e carás. De imediato, o diretor de patrimônio do clube, Valmor Marder, “Pingo”, contatou com setores de fiscalização ambiental. Apesar disso, equipes do município e GPA foram ao local apenas ontem.

Durante a manhã, o Departamento de Meio Ambiente coletou água do arroio e também da tubulação de rede pluvial. O material foi encaminhado para análise na Univates e o resultado deve ser informado no começo da próxima semana. Minutos depois, equipe do GPA chegou ao local para fazer a ocorrência e encaminhá-la aos órgãos competentes.

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Sem a fiscalização in loco, no sábado, moradores vistoriaram o arroio na busca por um possível causador das mortes. A principal suspeita corria pela tubulação da rede pluvial, situada embaixo da ponte da rua José Arthur Schroeder. “Um líquido escuro e com mau cheio saía dos canos caindo direto no arroio”, aponta Norma Gutierrez.

Às 14 de ontem, Norma e Marder estiveram reunidos com o promotor de Justiça, Paulo Estevam Araújo. “Nós queremos que a pessoa capaz de tomar alguma providência em relação a esses crimes ambientais apareça e cumpra com seu dever. Nosso arroio está morrendo por causa da poluição,” aponta o diretor do clube. O promotor garante que tomará todas as providências necessárias para identificar as origens do material que resultou na morte dos animais.

Sem solução

De acordo com moradores, a situação se agravou nos últimos cinco anos, quando a tubulação da rede pluvial foi interligada a de imóveis construídos nas imediações do Clube Sete de Setembro, nas proximidades da ERS-130.

Desde então, aponta Norma, mais de 20 mortandades de peixes foram relatadas no Arroio Jararaca.
Segundo a responsável pela economia do The Horse, Marli Lamb, dejetos são despejados no arroio de forma rotineira. “Quase sempre no fim do dia. Em muitas vezes, é tanto esgoto que a água do arroio duplica e chega a encostar na ponte aqui do clube.”

No fim de 2012, uma empresa das proximidades foi autuada em R$ 1,3 mil, suspeita de despejar efluentes no arroio e causar a morte de centenas de peixes. Os resultados da análise apresentaram quantia elevada de surfactante e fósforo, compostos utilizados na fabricação de detergente.

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